ATA DA VIGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 29-3-2010.

 


Aos vinte e nove dias do mês de março do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos vereadores Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, João Pancinha, Maria Celeste, Nelcir Tessaro, Neuza Canabarro, Paulinho Ruben Berta e Reginaldo Pujol. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Fernanda Melchionna, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nilo Santos, Pedro Ruas, Sebastião Melo, Toni Proença, Valter Nagelstein e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados, pelo vereador Aldacir José Oliboni, os Projetos de Lei do Legislativo nos 024 e 025/10 (Processos nos 0685 e 0695/10, respectivamente). Também, foi apregoado o Ofício nº 218/10, do senhor Prefeito, encaminhando, nos termos do artigo 119, § 2º, da Lei Orgânica Municipal, Relatório de Atividades da Prefeitura Municipal de Porto Alegre; Balanço dos Departamentos Municipais de Água e Esgotos, de Habitação, de Limpeza Urbana e de Previdência dos Servidores, da Fundação de Assistência Social e Cidadania, da Companhia Carris Porto-Alegrense, da Companhia de Processamento de Dados do Município, da Empresa Pública de Transportes e Circulação, do Escritório Porto-Alegrense de Turismo, da Administração Centralizada e Balanço Geral da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 091, 103 e 109/10, do senhor José Carlos Breda, Secretário de Estado das Obras Públicas do Rio Grande do Sul. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Décima Segunda, Décima Terceira e Décima Quarta Sessões Ordinárias. Após, por solicitação do vereador Ervino Besson, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao senhor Matheus Schmidt, falecido no dia vinte e sete de março do corrente. A seguir, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pela vereadora Maria Celeste, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão, iniciando-se o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso do vigésimo quinto aniversário da Escola Estadual de Ensino Fundamental Bento Gonçalves, nos termos do Requerimento nº 012/10 (Processo nº 0880/10), de autoria da vereadora Maria Celeste. Compuseram a Mesa: o vereador Nelcir Tessaro, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; e a senhora Maria Elaine Siqueira, Diretora da Escola Estadual de Ensino Fundamental Bento Gonçalves. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se a vereadora Maria Celeste, como proponente da homenagem. Na ocasião, o senhor Presidente concedeu a palavra à senhora Maria Elaine Siqueira, que, em nome da Escola Estadual de Ensino Fundamental Bento Gonçalves, agradeceu a homenagem ora prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e trinta minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e dois minutos, constatada a existência de quórum. Na ocasião, foi apregoado o Memorando nº 030/10, de autoria do vereador Mauro Zacher, deferido pelo senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, no dia de hoje, em palestra sobre “Bullying”, na Escola Municipal de Ensino Fundamental Dinah Néri Pereira, no Município de Cachoeira do Sul – RS. Ainda, foi apregoado o Ofício nº 263/10, de autoria do senhor José Fogaça, Prefeito Municipal de Porto Alegre, comunicando, em atendimento ao artigo 14, § 6º, da Constituição da República Federativa do Brasil, e para fins de desincompatibilização, em atenção aos casos elencados no inciso III do artigo 1º da Lei Complementar nº 64/90, a renúncia de Sua Excelência ao cargo de Prefeito de Porto Alegre, a partir das doze horas do dia de amanhã. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, João Antonio Dib, Airto Ferronato, Valter Nagelstein, este pelo Governo, Luiz Braz e Nilo Santos. Na oportunidade, o vereador Carlos Todeschini manifestou-se, registrando a presença, neste Plenário, de representantes de comunidade indígena charrua localizada no Bairro Lami, e solicitando a realização de reunião para ouvida e encaminhamento de questões atinentes a problemas enfrentados por essa comunidade na área de saneamento básico. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Bernardino Vendruscolo, em tempo cedido pelo vereador Sebastião Melo, Engenheiro Comassetto, em tempo cedido pela vereadora Sofia Cavedon, Neuza Canabarro, Toni Proença, Bernardino Vendruscolo, em tempo cedido pelo vereador Valter Nagelstein, e Alceu Brasinha, em tempo cedido pelo vereador Waldir Canal. Na ocasião, o vereador Beto Moesch manifestou-se acerca da coleta de lixo efetuada neste Legislativo, tendo o senhor Presidente declarado que serão tomadas providências para garantir a concretização da coleta seletiva de lixo nas dependências desta Casa. Também, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Airto Ferronato, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia vinte e cinco de março do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Aldacir José Oliboni, pela oposição, Reginaldo Pujol, João Pancinha e Luciano Marcantônio. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se os vereadores Dr. Thiago Duarte, em tempo cedido pelo vereador Mauro Zacher, e DJ Cassiá, em tempo cedido pelo vereador Nelcir Tessaro. Em prosseguimento, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Após, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Adeli Sell, solicitando a retirada de tramitação do Substitutivo nº 02 aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 061/07 (Processo nº 1827/07). A seguir, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Reginaldo Pujol, solicitando o adiamento, por duas Sessões, da discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 012/09 (Processo nº 1989/09). Na oportunidade, o senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, do senhor Paulo Ziulkoski, Presidente da Associação dos Municípios do Estado do Rio Grande do Sul. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 015/10 (Processo nº 1087/10), por vinte e cinco votos SIM e duas ABSTENÇÕES, após ser encaminhado à votação pelo vereador Valter Nagelstein, em votação nominal solicitada pelo vereador Pedro Ruas, tendo votado Sim os vereadores Adeli Sell, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Ervino Besson, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, João Pancinha, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Mario Manfro, Mauro Zacher, Neuza Canabarro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Toni Proença, Valter Nagelstein e Waldir Canal e optado pela Abstenção a vereadora Fernanda Melchionna e o vereador Pedro Ruas. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo n° 027/09 (Processo nº 3773/09). Após, o senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 001/10, discutido pelos vereadores Carlos Todeschini e João Antonio Dib, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 001/10, discutido pelos vereadores Reginaldo Pujol, Engenheiro Comassetto e Carlos Todeschini, o Projeto de Lei do Legislativo nº 189/09, discutido pelo vereador Carlos Todeschini, e o Projeto de Resolução nº 008/10; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 034, 017/10, este discutido pelos vereadores Dr. Raul e João Antonio Dib, e 027/10, este discutido pelo vereador João Antonio Dib, e o Projeto de Lei do Executivo nº 004/10, discutido pelos vereadores Carlos Todeschini e João Antonio Dib. Às dezessete horas e dezenove minutos, nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo vereador Nelcir Tessaro e secretariados pelo vereador Bernardino Vendruscolo. Do que eu, Bernardino Vendruscolo, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para um Requerimento.

 

O SR. ERVINO BESSON (Requerimento): Meu caro Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; venho requerer que a Câmara Municipal preste um minuto de silêncio ao nosso saudoso Dr. Matheus Schmidt, que partiu ontem; pela sua história, pela sua caminhada e pelo que representou para a nossa Porto Alegre, para o nosso Rio Grande. Que Deus o tenha no lugar em que ele merece, porque, pelos seus feitos, por tudo que representou para a nossa sociedade, ele merece ter um lugar em que o seu espírito descanse. Ontem ele partiu, deixa saudades e um legado que servirá de exemplo para todos nós. Portanto, meu caro Presidente, nada mais justo do que, neste momento, a Câmara Municipal prestar ao nosso Dr. Matheus Schmidt um minuto de silêncio. Desde já agradeço a V. Exª e a todos os colegas Vereadores e Vereadoras.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Deferimos o pedido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

A SRA. MARIA CELESTE (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a inversão da ordem dos trabalhos, que possamos imediatamente entrar no período de Comunicações, tendo em vista a homenagem à Escola Estadual de Ensino Fundamental Bento Gonçalves, sua Diretora, professores e alunos já se encontram no Plenário.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o Requerimento de autoria da Verª Maria Celeste. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje este período é destinado a assinalar o transcurso do 25º aniversário da Escola Estadual de Ensino Fundamental Bento Gonçalves, nos termos do Requerimento nº 12/10, de autoria da Verª Maria Celeste, Processo nº 0880/10. Convidamos para compor a Mesa a Srª Maria Elaine Siqueira, Diretora da Escola.

A Verª Maria Celeste, proponente desta homenagem, está com a palavra.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; Srª Maria Elaine Siqueira, Diretora da Escola Estadual de Ensino Fundamental Bento Gonçalves; alunos, alunas, professores, professoras; Srª Íria, supervisora que está conosco também nesta homenagem. Nós, Presidente, que tivemos na semana passada a oportunidade de participar da festividade de comemoração dos 25 anos de história e de luta desta Escola, na grande Vila Santa Rosa, também propusemos esta homenagem aqui na Câmara Municipal, porque acreditamos que todo tempo é tempo de celebração; é celebrar o trabalho, as realizações, os desafios, Maria Elaine, as festas, as alegrias e as dores desses 25 anos.

A gente, quando lê o histórico da Escola, Ver. João Antonio Dib, percebe, para nossa alegria, que ela foi inaugurada em 23 de março de 1985 pelo então Prefeito da cidade de Porto Alegre, que era V. Exª, e construída pelo Ver. Reginaldo Pujol, então Diretor do DEMHAB, V. Exas trabalharam junto àquela comunidade. E aquele prédio - construído na Vila Dutra Jardim com a intenção de ser um prédio do aprender e da aprendizagem - foi feito com muitas dificuldades, Maria Elaine. Foi um prédio cravado no meio de uma vila sem estrutura, de uma vila que não tinha sequer uma rua asfaltada, sem esgoto, sem transporte apropriado para as professoras se deslocarem; foi uma grande dificuldade, mas surgiu de uma grande necessidade. Na periferia de uma cidade, quando você toma a coragem de ir lá implementar, instalar uma escola, você faz isso pensando nos meninos, nas meninas, nas famílias daquela região.

O prédio, no início, não tinha estrutura, não tinha condições de prestar um atendimento adequado - como salas de aulas com cadeiras e classes -, não havia merendeiras, não havia serventes, eram muitas as dificuldades, faltavam professores, mas, com a coragem e o otimismo das professoras que ali iniciaram a sua tarefa e da comunidade, que se organizou e se uniu diante das grandes dificuldades, foi inaugurada a Escola Bento Gonçalves na Vila Dutra Jardim. Essa Escola foi crescendo e, em dezembro de 2000, denominada Escola Estadual de Ensino Fundamental Bento Gonçalves. Ela já passou e passa por momentos difíceis, nós sabemos, Maria Elaine. Eu moro na Vila Santa Rosa, compreendo, entendo e sinto, no dia a dia, as grandes dificuldades que enfrentamos na Vila da Zona Norte de Porto Alegre, pelo do abandono da Cidade, especialmente no aspecto da Segurança Pública. Tivemos lá episódios de grandes desafios, o que, inclusive, levou aos noticiários a possibilidade de parada e fechamento da Escola - por falta de segurança, por falta de condições adequadas para o atendimento; já houve várias manifestações.

Hoje a Escola conta com grandes iniciativas, com programas, projetos e convênios com as Secretarias Municipais e Estaduais, também há projetos de iniciativa federal, como o Programa Mais Educação, o Projovem, a metodologia Alfa e Beto e Ação Voluntária.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte?

 

A SRA. MARIA CELESTE: Ver. João Antonio Dib, eu gostaria muito de lhe dar um aparte, mas preciso finalizar, e o meu tempo já está se esgotando.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Verª Maria Celeste, eu deixei liberado um pouco mais de tempo para a senhora. Não há problema algum.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Muito obrigada, Presidente; oportunamente, darei aparte ao Ver. João Antonio Dib e ao Ver. Ervino Besson.

A Escola, que vem sendo construída ao longo desses anos, criou a sua própria personalidade, com uma enorme capacidade de resolver os seus problemas, com a prestação de um bom serviço de ensino e educação ao Bairro, à Vila e à Cidade.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Celeste, aproveito para dizer a V. Exª que tenho mais orgulho da Escola Bento Gonçalves, dos seus professores e dos seus alunos hoje do que quando, na minha Administração, ela foi construída, porque a Escola está muito bem conservada. E eu fui informado de que houve ampliações por iniciativa dos professores e da nossa querida Diretora e de que os alunos estão cuidando muito bem da Escola. Então, sinto-me profundamente orgulhoso; hoje mais do que em 1985.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada, Ver. João Antonio Dib.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Querida Verª Maria Celeste, desde já agradeço a V. Exª o aparte. Hoje quero dar um abraço na Diretora Maria Elaine e na Professora Íria e, em nome dessas duas queridas educadoras, deixo um abraço muito fraterno a todos os professores, pais e alunos.

Nós sabemos o que representa, para aquela comunidade, os 25 anos da Escola. Também recebi naquele dia, Ver. João Antonio Dib, vários pedidos de professoras no sentido de que eu lhe transmitisse um abraço, porque V. Exª foi quem inaugurou, como Prefeito, a Escola. Eu estive no seu gabinete transmitindo o carinho que essa população tem por Vossa Excelência. Hoje, por iniciativa da Vereadora, nós estamos aqui prestando esta homenagem. Estivemos juntos lá, e hoje a Câmara Municipal, com muita justeza, está prestando o reconhecimento, esta homenagem a vocês. Que Deus ilumine a caminhada de vocês, que continuem prestando esse extraordinário e relevante trabalho na área da Educação. Parabéns pelos 25 anos!

 

A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada, Ver. Ervino Besson.

 

A Srª Fernanda Melchionna: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Celeste, em meu nome e em nome do Ver. Pedro Ruas, Líder da oposição, parabenizo-a pela iniciativa de comemorar os 25 anos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Bento Gonçalves. Quero dizer que é muito importante que a gente comemore essas datas de permanência dos equipamentos educacionais - aqui nos acompanham a comunidade escolar, a Professora Íria, os pais e as mães. Ainda mais neste momento do nosso Estado, Verª Maria Celeste, em que a Educação está sendo duramente desvalorizada, em que o salário dos professores do Rio Grande do Sul é um dos mais baixos do nosso País, em que os investimentos nos equipamentos educacionais vêm decaindo inclusive com o fechamento de escolas, enquanto aumenta o número de jovens para estudar, e agora há essa proposta que quer transformar o piso dos professores em teto, um absurdo que foi encaminhado pelo Governo Estadual.

Então, eu queria parabenizá-la e dizer que cada vez mais temos que defender a Escola Bento Gonçalves e os seus educadores, que “matam um leão por dia”; a Diretora certamente tem muito trabalho pela falta de professores, em função da falta de concursos. Parabenizo a comunidade escolar e quero dizer da nossa defesa intransigente dos educadores e das escolas estaduais como a necessária devolução à população daquilo que se paga em impostos, que dá o direito a uma Educação digna e de qualidade. Parabéns à senhora, parabéns ao trabalho das professoras e da comunidade escolar.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada, Verª Fernanda.

 

O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Vereadora, eu vou procurar ser o mais sucinto possível, porque V. Exª ganhou um tempo extra, o qual estamos consumindo. Dizem que recordar é viver, e eu não posso esquecer o momento em que o Departamento que eu dirigia, por confiança do Prefeito João Dib, assumiu a construção da Escola, acho que com o último financiamento que o extinto Banco Nacional da Habitação deu para o Município de Porto Alegre via DEMHAB - acho que o Banco cumpriu suas finalidades. E fui voto vencido na ocasião, Diretora: eu queria que a escola fosse municipal, da mesma forma que na Vila Santa Rosa e na Vila Nova Santa Rosa, mas o Conselho Estadual de Educação não quis assim. Eu acho que havia uma premonição, sabiam que a Escola ia ter uma bela Diretora, bons professores, que despertariam nos seus alunos o trabalho de conservação, de manutenção e de aprimoramento da Escola. A todos os alunos, a todos os professores, à Diretora, meus parabéns pelos 25 anos.

 

O Sr. Engenheiro Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Celeste, em nome da nossa Bancada e no papel da Liderança, vimos cumprimentá-la pelo trabalho que desenvolve na comunidade e, principalmente, pela homenagem à Escola Bento Gonçalves. Sabemos que os professores hoje são os grandes heróis das comunidades, quando acompanham esta juventude inteligente e fazem com que, cada vez mais, a nossa sociedade ocupe o seu espaço, muitas vezes com falta de recurso, de estrutura e principalmente de governantes. Um grande abraço e um bom trabalho.

 

O Sr. Toni Proença: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Celeste, quero cumprimentá-la pela brilhante iniciativa, ninguém mais apropriado do que uma filha ilustre da Vila Santa Rosa para prestar esta homenagem à Escola, que faz 25 anos. Quero cumprimentar a Diretora e toda a comunidade escolar. Longa vida à Escola Bento Gonçalves e à sua trajetória política! Parabéns!

 

O Sr. Dr. Raul: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Celeste, também gostaria de me somar, em meu nome pessoal e em nome do Partido, o PMDB, e dizer que nós, que trabalhamos com a saúde na região há muitos anos, temos presenciado de perto o belo trabalho que é feito pela Escola Bento Gonçalves. Quero dizer que estamos juntos nas lutas, nas vitórias e nas derrotas. O ensino é fundamental para todos nós, muito especialmente para as crianças que lá fazem a sua formação.

 

O Sr. DJ Cassiá: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Quero lhe dar parabéns por este tema tão importante; parabéns à Srª Diretora, aos alunos, aos professores. Falo em nome da Bancada do PTB: do Líder da nossa Bancada, Ver. Nilo Santos; dos Vereadores Alceu Brasinha, Marcello Chiodo; do nosso Presidente, Ver. Nelcir Tessaro. Quero dizer, Vereadora, que a bandeira política não pode ser confundida com a bandeira da Educação, e eu vejo a sua manifestação sem bandeira política, sei da sua causa. Parabenizo-a em nome da Bancada. Parabéns à Escola, contem com a nossa Bancada.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada, Vereador.

Veja, nossa Diretora Maria Elaine, como a Câmara Municipal se pronunciou pelas mais diversas Bancadas, os Vereadores aqui se colocaram defendendo a Educação, especialmente a Educação pública.

E eu finalizo, Sr. Presidente, com a sua tolerância, dizendo que festejar o 25º aniversário da Escola é uma maneira de valorizar a escola pública estadual, é uma maneira de homenagear todos os professores e professoras, alunos, Direção, funcionários e pais desta Escola. Precisamos valorizar a escola pública de excelência, e com certeza a Escola Estadual de Ensino Fundamental Bento Gonçalves tem demarcado isso na nossa região.

 

O Sr. Airto Ferronato: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Quero também, em nosso nome e em nome do meu Partido, o PSB, trazer aqui o nosso abraço à Escola, à sua Direção, aos professores, aos alunos e servidores. Eu tive a oportunidade talvez ímpar de - sendo a minha mãe professora primária do Estado do Rio Grande do Sul - morar em uma escola como aquelas escolas do Interior, construídas, na época, pelo Governador Leonel Brizola; aliás, eu já havia falado nisso.

Eu estou aqui para registrar a importância dos 25 anos da Escola que está sendo homenageada. Agora, quero também aproveitar esta oportunidade e dizer da importância que é a escola pública no contexto das sociedades modernas, muito especialmente na nossa sociedade gaúcha. É exatamente a escola pública a guardiã que leva aos nossos alunos conhecimento, vida, experiência e perspectiva de sucesso. Trago um abraço à senhora, comprimento-a pela iniciativa e deixo um abraço especial a toda a comunidade da Escola.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada, Ver. Ferronato.

Só queria, em uma última frase, Sr. Presidente, dizer da importância deste momento; dizer para a Diretora da Escola, para todos os alunos, professores, pais, mais uma vez, que, quando nós celebramos o passado, estamos recordando toda uma história de luta e de garra, mas, sobretudo e acima de tudo, projetando o futuro desta Escola. Vida longa à Escola Estadual de Ensino Fundamental Bento Gonçalves! Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Srª Maria Elaine Siqueira, Diretora Escola Estadual de Ensino Fundamental Bento Gonçalves, está com a palavra.

 

A SRA. MARIA ELAINE SIQUEIRA: Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Nelcir Tessaro; professores, alunos e funcionários da Escola Estadual de Ensino Fundamental Bento Gonçalves; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, demais autoridades presentes, senhores representantes da imprensa, senhores e senhoras aqui presentes. Eu gostaria, imensamente, neste momento, em nome da minha comunidade, da minha escola, de fazer um agradecimento especial pela honrosa homenagem que estamos recebendo hoje. Quero dizer a vocês que ela é de suma importância; nós, às vezes, até pensamos que o nosso trabalho não está sendo valorizado, mas, num momento destes, a gente vê que o nosso trabalho não é em vão.

Nós lutamos - lutamos, sim - com bastante dificuldade, mas acima disso, em primeiro lugar, temos amor pela juventude que lá se encontra, sabemos que muitas vezes a única palavra de alento, de carinho, de incentivo que eles têm, da forma mais apropriada, é de nossa parte. São oito anos - às vezes, até mais - que eles passam conosco, e nós não temos o direito de privá-los do conhecimento a que eles têm direito. Aqui já foi falado que nós, professores, não temos um salário digno, eu já nem coloco isso em pauta, porque, se fôssemos fazer o nosso trabalho condizente com o nosso salário, nem trabalharíamos. Então, se esse dom me foi dado, e eu sou professora porque gosto, com certeza eu também gosto de salário, mas hoje eu penso mais no futuro; no futuro que espera essas crianças que temos o dever de formar. Temos que ser espelho, porque em muitas atitudes eles nos copiam. Então, não temos muitas escolhas, a não ser dar bons exemplos e fazer com que aquela comunidade tenha uma Educação de qualidade mesmo.

Nós queremos, estamos lutando por isto e sabemos - hoje isto, para mim, é muito claro - que, na nossa comunidade, na nossa zona, a Escola Bento Gonçalves faz a diferença. Por quê? Porque todo dia nós lutamos com muito empenho, fazemos de tudo pelo nosso aluno, pela nossa comunidade. E tenho certeza de que não estamos fazendo nada mais do que o nosso dever. Portanto, é muito importante para nossa comunidade saber que o nosso trabalho está sendo valorizado. Agradeço a todos os que nos prestaram esta homenagem, em especial a quem propôs, à Verª Maria Celeste - ela sabe que é muito querida naquela região, tanto quanto os outros. E quero dizer que estamos engajados em muitos projetos em nível estadual, em nível federal; é com isso que estamos conseguindo fazer a diferença na nossa comunidade.

Também estamos em uma luta, há dois anos, por um ginásio de esportes para a nossa comunidade, algo não temos ainda. É de suma importância para nossa comunidade a construção de um ginásio de esportes, para que o nosso aluno possa ter, além de todas as atividades escolares, a prática de esportes de forma adequada, o que é uma das coisas que melhorariam nossos projetos e a forma de realizarmos esse trabalho. Então, toda e qualquer ajuda que tiverem para nos dar nesse sentido nós ficaríamos imensamente agradecidos, porque seria para uso da nossa escola e também de toda a nossa comunidade, que não dispõe dessa área de lazer. Para os que já estiveram lá - quem ainda não esteve sinta-se convidado a conhecer a nossa Escola -, as portas estão abertas para recebê-los. Nós não temos problema de espaço, espaço é uma coisa que não nos falta, é somente a predisposição dos governantes em disponibilizar essa verba, para que possamos realizar esse sonho tão almejado pela nossa comunidade. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Agradecemos a presença das senhoras e dos senhores convidados; agradecemos a presença da Diretora da Escola Estadual de Ensino Fundamental Bento Gonçalves, a Srª Maria Elaine Siqueira. Podem ter certeza de que esta Casa estará engajada justamente no sentido de haja verba para a construção daquele ginásio. Estivemos lá nas festividades dos 25 anos, ali constatamos a existência de espaços e a necessidade urgente de atender a demanda daquelas crianças, daqueles jovens, daqueles quase adultos que por ali passam; precisamos, sim, de um ginásio coberto, até para eventos culturais.

Vamos suspender a Sessão por um minuto, para que a Verª Maria Celeste possa entregar a placa em homenagem aos 25 anos da Escola de Ensino Fundamental Bento Gonçalves.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h30min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro – às 14h32min): Estão reabertos os trabalhos. Apregoamos Requerimento de autoria do Ver. Mauro Zacher, que solicita autorização para representar esta Câmara Municipal na palestra sobre Bullyng na Escola Municipal de Ensino Fundamental Dinah Néri Pereira, na cidade de Cachoeira do Sul/RS, no dia de hoje, 29 de março de 2010, sem ônus para a Casa.

Apregoamos Ofício nº 263/2010, do Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre, Sr. José Fogaça (Lê.): “Porto Alegre, 29 de março de 2010. Sr. Presidente, ao cumprimentá-lo cordialmente, comunico a Vossa Excelência e aos demais Edis, em atendimento ao art. 14, § 6º da Constituição da República Federativa do Brasil e para fins de desincompatibilização, em atenção aos casos elencados no inciso III do art. 1º da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, minha renúncia ao cargo de Prefeito de Porto Alegre, a partir das 12 horas do dia 30 de março de 2010. Dessa forma, rogo-lhe o cumprimento formal da declaração prevista no caput do art. 6º, combinado com o inciso I do mesmo artigo, todos do Decreto-Lei nº 201, de 27 de fevereiro de 1967, a fim de afastar-me das minhas funções atuais, conforme estabelece o art. 57, inciso I, da Lei Orgânica Municipal. Atenciosamente, José Fogaça, Prefeito”.

O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; eu pedi Liderança neste momento, logo após a leitura que V. Exª fez do Ofício do Sr. Prefeito dizendo que vai abandonar a sua função pública, aproveitando a presença destes jovens, para dizer: vejam o que vocês não devem esperar de um político, que ele se eleja com o voto do povo e depois renuncie.

Vou ler uma nota do nosso Partido, o Partido dos Trabalhadores, sobre a renúncia do Prefeito José Fogaça (Lê.): “Pela vontade popular, nosso Partido constituiu a maior Bancada de oposição ao Prefeito Fogaça. Por ocasião de sua renúncia, temos o compromisso com a população de emitir nosso juízo a respeito de sua Administração. O Governo do Prefeito Fogaça caracterizou-se, ao longo desses cinco anos e três meses, como uma Administração que abandonou a Cidade e que fez retroceder serviços básicos e fundamentais, tais como a conservação de praças, ruas e avenidas, iluminação, limpeza pública, acolhimento à população de rua, sem falar no descaso com os postos de saúde e a degradação do sistema de transporte coletivo. Importa remarcar que não houve, ao longo dessa Administração, nenhuma grande obra viária para lidar com o nosso conturbado trânsito. A propósito, nossa Capital não afundou ao descalabro administrativo do Governo Fogaça por conta das ações do Governo do Presidente Lula, que investiu mais de 4,22 bilhões de recursos no Município de Porto Alegre, de 2003 até os dias de hoje. Na verdade, o Prefeito Fogaça foi pródigo em perder oportunidades, deixou de captar para a Capital importantes recursos públicos federais como os programas destinados às áreas de Saúde e de Assistência Social.

“Lamentamos, na mesma medida em que avaliamos a inepta performance administrativa do Prefeito Fogaça, que a corrupção e os desvios de recursos públicos tenham sido frequentes nessa Administração. Tanto o Ministério Público Federal quanto o Ministério Público Estadual acolheram nossas denúncias e representações contra o Prefeito Fogaça por improbidade administrativa, em virtude dos desvios de 9,6 milhões do Programa de Saúde da Família. Sem falar nas suspeitas de fraude nos editais do Programa Socioambiental, em que agentes públicos de confiança do Prefeito Fogaça estão envolvidos e sendo investigados. O fantasma da corrupção ronda o Governo Fogaça!

“O Partido dos Trabalhadores sustenta que o abandono pelo Prefeito José Fogaça do cargo para o qual foi eleito será oportunamente julgado pela população rio-grandense e, particularmente, pelos cidadãos de Porto Alegre. Pois é a vontade popular que, em uma democracia, premia ou sanciona os seus governantes e representantes.” Assinam a nota, além da nossa Bancada estadual, as Executivas Municipal e Estadual do Partido dos Trabalhadores de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul.

Portanto, senhoras e senhores, esta é a nota que estamos trazendo aqui a todos os colegas Vereadores. O Prefeito Fogaça, em pleno aniversário de nossa Cidade - 238 anos -, mentiu à cidade de Porto Alegre quando disse, com todas as letras, durante a campanha, que permaneceria até o final do mandato, se fosse eleito para Prefeito. Ele está, neste momento, renunciando - ou melhor, está abandonando a cidade de Porto Alegre, abandonando-a em condições extremamente piores do que as que encontrou há cinco anos e três meses. Uma das nossas virtudes, que é o processo da democracia participativa, foi abandonada, e mesmo assim o Governo continua viajando para todos os cantos do mundo, vendendo Porto Alegre como a Cidade da democracia participativa.

Colegas Vereadores e Vereadoras, lamentamos esse ato do Prefeito José Alberto Fogaça de abandonar a cidade de Porto Alegre, deixando-a num caos. Ao mesmo tempo, queremos aqui dizer que o Partido dos Trabalhadores estará atento à nova gestão que se inicia, porque entendemos que é uma nova gestão e que terá que romper, principalmente os atos de corrupção...

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, colegas Vereadoras e colegas Vereadores, público que nos assiste aqui nas galerias. Grande parte da sociedade e dos moradores de Porto Alegre agora se pergunta: “Como pode alguém se candidatar à Prefeitura Municipal e, em menos de dois anos, abandonar o posto de Prefeito para concorrer ao Estado do Rio Grande do Sul?” Sabemos que não é a primeira vez que isso acontece na nossa Capital; os políticos têm que parar de trair a confiança do povo, prometendo mundos e fundos no momento da eleição municipal e, além de não cumprir as suas promessas, ainda abandonar o cargo, por almejar governar o Estado do Rio Grande do Sul.

Quero entrar na política, Ver. Nelcir Tessaro e Vereadores da base do Governo, e tratar das promessas do Prefeito Fogaça lá em 2008, quando candidato à Prefeitura Municipal. O Prefeito Fogaça, prezada Neuza, prometeu duzentos postos do Programa de Saúde da Família no Município de Porto Alegre. E V. Exª sabe que não há nem 95 Postos de Saúde da Família na cidade de Porto Alegre. E mais, Ver. Haroldo de Souza: os poucos que existem ainda foram fraudados a partir da Sollus, que desviou 9,5 milhões de reais da Saúde Pública dos porto-alegrenses; da Sollus, que veio sem licitação; da empresa Sollus, que se beneficiou estruturalmente vendendo relatórios copiados da Internet por trinta mil reais à Prefeitura Fogaça, enquanto, lá no bairro Rubem Berta, prezado Paulinho, não há um posto do Programa de Saúde da Família. São dez milhões de reais desviados do Programa de Saúde da Família, enquanto os moradores da Vila Santa Rosa, Verª Maria Celeste, passam mais de dez horas, doze horas, como mostra um vídeo do YouTube, tentando conseguir um atendimento da Saúde. São dez milhões de reais desviados do Programa de Saúde da Família, enquanto aumentam, no bairro Restinga, os problemas de acesso à Saúde Pública. E o Governo segue, Ver. Pedro Ruas, Líder da oposição, “sentado em cima” do seu Requerimento, que pede que esta Câmara faça o que é a sua obrigação, ou seja, fiscalizar o Executivo para saber por omissão de quem, por conivência de quem, dentro da Prefeitura Municipal, houve essa fraude milionária.

Como pode um Prefeito Municipal sair, abandonar o cargo, sem saber onde estão os nove milhões de reais? Como diriam os sindicatos que fizeram uma mobilização na quarta-feira em frente à Prefeitura Municipal: “Quem vai embora tem que saber”. E não só ele tem que saber, como o povo de Porto Alegre espera uma resposta sobre cada centavo desviado. Não só os Vereadores e as Vereadoras têm a obrigação de fiscalizar; o povo de Porto Alegre, Ver. Pedro Ruas, merece receber cada centavo dos seus impostos, que foram desviados por aqueles que transformam qualquer coisa em mercadoria, em negociata. Foi assim lá na Operação Detran, que V. Exª muito bem denunciou; na Solidária, quando roubaram dinheiro da merenda escolar; e lamentavelmente, na Prefeitura de Porto Alegre, ocorre na Saúde. É uma fraude absurda, uma herança maldita para o sucessor, mas, para nós, Vereadores de Porto Alegre, trata-se de uma vergonha para o Município. E muito lamentamos que o Prefeito Fogaça saia do seu cargo sem responder onde estão esses dez milhões de reais.

Sem contar as promessas, Ver. Pedro Ruas, relacionadas à questão ambiental executadas pelo Prefeito e as que seguem no papel. Seja o problema do Pisa-DMAE, em que houve edital dirigido; seja o problema das privatizações brancas feitas em Porto Alegre; seja o problema da moradia - infelizmente, o PIEC não sai do papel, e 1.600 pessoas ainda esperam a sua casa nesta Cidade... (Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, acho que as Bancadas da oposição têm o direito sagrado e, provavelmente, o dever de criticar o Prefeito José Fogaça, que está deixando a Prefeitura. Mas acho que as críticas devem ser conscientes e conscienciosas, devem ser corretas, e não apenas fazer lançamentos no ar. Por exemplo, o Prefeito Fogaça, todos sabemos, recebeu a Prefeitura de Porto Alegre com déficit e, em 2002, 2003 e 2004, não pôde fazer empréstimos, em razão da falta de pagamento da Administração que sucedeu. Isso é bom que seja dito. Por outro lado, também é preciso esclarecer que o Prefeito Fogaça, em 29 de abril de 2009, abriu sindicância em função do problema do Instituto Sollus. Essa sindicância encontrou, realmente, desvios. Eu li aqui parte da ata do Conselho de Saúde em que fica claro que a Prefeitura estava com medo já de pagar, porque não sabia aonde o dinheiro ia. Esse dinheiro que foi desviado está sendo lançado em dívida ativa - que é a forma que a Prefeitura tem para cobrar, não tem outra! - e vai ser cobrado.

Não quero defender ou deixar de defender o problema da saída do Prefeito neste momento. Ele está numa situação um pouco diferente da situação do Prefeito Tarso Fernando. O Prefeito Tarso Fernando estava iniciando um Governo; o Prefeito Fogaça está continuando um Governo. É bem diferente! Mas mais ainda: o Prefeito Tarso Fernando, na convenção do Partido dos Trabalhadores, afastou aquele que seria o candidato lógico do PT para Prefeito, portanto ele queria ser Prefeito. Ele tirou do caminho aquele que naturalmente concorreria a Prefeito, pela forma como vinha acontecendo: com o Olívio Dutra, o Vice-Prefeito foi o Tarso Fernando; o Tarso Fernando foi candidato a Prefeito, a Vice-Prefeito foi o Raul Pont. Na eleição seguinte, Raul Pont foi o Prefeito. Era de se esperar que, na seguinte, a sequência fosse a mesma. Mas não foi! O Tarso Fernando afastou o candidato natural do PT e se afastou da Prefeitura um ano e três meses depois. O Fogaça está se afastando da Prefeitura, é verdade, mas são cinco anos e três meses. Não é um ano e três meses, é um pouco diferente.

Então, não tenho dúvidas de que a oposição precisa criticar e vai criticar, mas espero que façam uma crítica justa, séria, responsável, e não apenas dizendo que há dúvidas sobre o Pisa. Na verdade, o Projeto do Conduto Forçado Álvaro Chaves foi assinado, de forma estranha, nas últimas horas do Governo João Verle. Essas pessoas, evidentemente, tiveram dificuldades depois da realização da obra do Conduto Forçado, tiveram dificuldades para receber os recursos e tinham contatos com o Secretário Cristiano Tatsch para receber o dinheiro. Agora, tentam fazer com o Projeto Pisa, que vai mudar a Cidade em matéria de saneamento, como se fosse algo completamente equivocado, sem seriedade e sem responsabilidade. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores presentes, já há algum tempo me manifestei sobre a renúncia do Prefeito da Capital do Estado do povo gaúcho. Sem me colocar de um lado ou de outro, a minha reflexão traz um ponto: estar, ser, ter sido eleito o Prefeito de Porto Alegre, na minha visão, é ter conquistado um dos maiores e até mais pretendido posto dentre todos aqueles que se pode galgar em sendo um político. E o político alcança a Prefeitura de Porto Alegre por seus méritos também, pela sua história. Nós, do PSB, nunca chegamos ao Governo, então não estou dizendo que a questão é nossa, a questão é da cidade de Porto Alegre. Se um político alcança o maior posto dentro de uma cidade - o de Prefeito -, quando esta cidade é a Capital do Estado do Rio Grande do Sul, a mim me parece que renunciar ao posto de Prefeito de Porto Alegre - repito, a Capital do Estado do Rio Grande do Sul - implica dizer que estamos dando muito pouca importância à cidade de Porto Alegre. Essa é a minha análise, minha cara Verª Fernanda.

Pretender ou querer ser Governador de Estado, tudo bem; agora, renunciar a um mandato de Prefeito, e falo a todos que renunciaram, implica dizer que se está relegando, e os Partidos que fazem isso, a um segundo plano o posto de Prefeito Municipal da Capital do Estado dos gaúchos. Então, isso significa dizer, por um lado, que se buscam alternativas políticas de vitória para uma composição partidária e, por outro lado, implica diminuir a importância do Governo de uma Cidade da envergadura de Porto Alegre, minha cara Verª Neuza. Ao diminuir a importância de um posto dessa envergadura, estamos, direta ou indiretamente, também diminuindo a importância do voto do cidadão de Porto Alegre, porque o cidadão de Porto Alegre escolheu o seu Prefeito, e esse Prefeito precisaria estar no Governo por quatro anos. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores; em primeiro lugar, gostaria de registrar que, na data de hoje, estamos celebrando o primeiro dia de Pessach, da páscoa. Gostaria de lembrar que ontem foi o dia em que Jesus chegou em Jerusalém, sendo recebido pelo povo, que acenava com os ramos, e Jesus fez a janta com seus apóstolos, dividindo o pão ázimo, celebrando o vinho, exatamente como o povo judeu continua fazendo até hoje, como o fará no jantar ritualístico desta noite, lembrando que um dia todos nós fomos escravos; lembrando que o cultivo das virtudes, que a fé e a perseverança podem nos libertar da escravidão; lembrando que a tirania ainda é um vírus latente que repousa e, a qualquer momento, pode, novamente, se assenhorar dos destinos da sociedade. No jantar ritualístico feito na noite de hoje, comemos a erva amarga e lembramos que os dias podem ser ruins; comemos um ovo e lembramos que sempre há esperança, sempre há o renascer; comemos o pão ázimo e lembramos dos tempos de vicissitudes, de sofrimento; bebemos o vinho e agradecemos o fruto da videira e as bênçãos de Deus. Hoje também é o dia em que se deixa uma cadeira vazia na ceia da família para que Elias, o Profeta, ceie conosco, seja o nosso advogado junto ao Criador e nos traga bênçãos. É exatamente isso que eu gostaria de desejar a todos: as bênçãos de Deus, boa ventura, felicidades, alegrias e uma boa Páscoa a todas as famílias.

Sr. Presidente, colegas Vereadores, talvez esta seja a minha última fala na condição de Líder do Governo. Dessa forma, quero agradecer aos meus companheiros, colegas Vereadores, e celebrar também as vitórias que tivemos. Não é possível esquecermos de que, no ano passado, esta Câmara votou oitenta Projetos só do Governo, todos eles da maior importância. Entre eles, eu destacaria o Plano Diretor da Cidade, meus colegas Vereadores, que há sete anos tramitava e aguardava a revisão, e tantos outros nós votamos. Então, dessa forma, eu quero agradecer a cada um, estendendo meu abraço afetuoso; agradeço à oposição pelo seu trabalho, é o seu papel, e desejo uma boa continuidade dos serviços prestimosos que este Legislativo Municipal presta à nossa Capital, à nossa querida Porto Alegre, que celebra o seu aniversário. Quero agradecer, Sr. Presidente, penhoradamente, ao Prefeito Municipal e dizer que tive enorme honra, sendo um jovem - não tão jovem assim -, de poder ter sido seu líder e ter tido a companhia de homens e mulheres tão dignos quanto estes da Câmara de Vereadores, frente às lutas, aos embates, às derrotas e vitórias que nós tivemos. Tenho certeza de que o Prefeito tem o sentimento do dever - nós todos temos o sentimento do dever.

São diferentes as circunstâncias da renúncia de Tarso Genro, como bem disse o Ver. João Dib, e da renúncia do Prefeito José Fogaça. Lá, natural é que fosse Fortunati o Prefeito, e Tarso cunhou a expressão que nos marcou a todos dizendo: “Natural, no PT, só iogurte”. Hoje se refaz justiça, pois, depois de oito anos, Fortunati chega à Prefeitura de Porto Alegre. E nós, colegas Vereadores, somos chamados a um desafio muito maior: de levar a pacificação ao Rio Grande, de continuar com os bons ganhos de uma boa gestão, mas trabalhar politicamente - do que este Estado tanto precisa -, evitando os radicalismos, as radicalizações, trabalhando pelo futuro do Rio Grande. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Nelcir Tessaro, Presidente desta Casa; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores, eu não sei se as pessoas que estão criticando a saída do Sr. Prefeito Municipal criticam porque não queriam que o Fogaça saísse, por ele estar, afinal, fazendo um bom Governo, então não deveria sair, ou criticam apenas por causa das próximas eleições, para tentar, de alguma forma, fazer com que a imagem do atual Prefeito Municipal seja denegrida frente ao eleitorado. Uma das duas coisas o é: ou é saudade do Prefeito, que vai nos deixar amanhã; ou, Ver. DJ Cassiá, é por causa das futuras eleições. Se estamos defendendo, meu querido amigo Ver. Haroldo de Souza, uma reforma política, em que nós sempre pregamos o fortalecimento dos Partidos, meu querido Dr. Raul, é porque queremos que as representações e os Governos sejam feitos a partir dos Partidos políticos, queremos que os Partidos, Ver. Beto Moesch, sejam maiores do que os homens que estão nas suas representações. Os homens podem ser trocados, mas o programa partidário tem que ser cumprido até o final. O programa que foi estabelecido, meu querido Ver. Pujol, para governar durante um determinado período é que não pode ser mudado, é que não pode cair por terra.

Acontece que, nessa modificação, nessa mudança que será feita - saindo o Prefeito Fogaça e ficando o Sr. José Fortunati, que segue a mesma política, porque, afinal de contas, os dois administraram juntos Porto Alegre... Acredito que não podemos criticar alguém que saiu para buscar uma outra meta, que é tentar governar o Rio Grande do Sul, mas que não deixa a Cidade à deriva; deixa a Cidade nas mãos do Vice-Prefeito, que tem todas as condições para prosseguir. O Líder do Governo está hoje nos deixando para ir para a SMIC, e eu tenho certeza absoluta de que ele vai fazer uma grande gestão à frente da Secretaria. É coerente o pensamento nosso de que temos que partir para uma reforma política e, nessa reforma política que nós vamos buscar, Ver. Bernardino Vendruscolo, vamos buscar o fortalecimento dos Partidos, porque, infelizmente, os Partidos políticos passam por uma fase que nós todos lamentamos, porque é uma fase de enfraquecimento, na qual os homens são maiores do que os Partidos. E isso não pode acontecer, para formarmos boas gestões, boas administrações, boas representações no Parlamento, não podemos admitir que os Partidos continuem enfraquecidos e que os homens representem tanto quanto representam - quando falo “homens”, quero dizer homens e mulheres - à frente dos cargos que exercem.

Então, por isso mesmo, acho que devemos desejar boa sorte ao Prefeito Fogaça naquilo que ele vai fazer, que é a sua nova missão. Nós temos que elogiar ou criticar aquilo que foi feito no Governo até agora. O Fogaça está exatamente dentro daquilo que é o seu direito: o de fazer com que uma nova meta possa ser buscada. Ele vai se defrontar com uma eleição que será muito disputada, mas, com toda certeza, tem todos os fundamentos para disputá-la. E não merece nenhuma crítica, pois, afinal de contas, até aqui, ele honrou e defendeu o seu posto como Prefeito Municipal.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nesta tarde de segunda-feira; em nome do PTB, quero, Ver. Brasinha, usar este espaço para fazer um agradecimento especial, Ver. Haroldo de Souza, ao nosso Prefeito José Fogaça. O Prefeito está renunciando e vai concorrer ao Governo deste Estado, o que, parece-me, a lei permite, está dentro da lei. E o agradecimento do Partido Trabalhista Brasileiro é exatamente pela honestidade do Prefeito José Fogaça - um homem honesto, íntegro, que cumpriu com os seus acordos; acima de tudo, um homem tranquilo, Ver. Luiz Braz. O Prefeito José Fogaça é um homem tranquilo e sabe que não conseguiu fazer tudo aquilo que desejava fazer. Ainda há muita coisa para ser feita nesta Cidade, mas ele é um homem tranquilo, equilibrado, a ponto de reconhecer que não é um homem perfeito; até porque ele não é daqueles que acham que sabe tudo e que só ele sabe fazer política. Ele não é desse tipo, ele é equilibrado, tranquilo, Ver. Toni Proença. Quando assumiu e quando o povo reelegeu... É o primeiro Prefeito reeleito nesta Capital! É claro que isso enfraquece qualquer batida contra ele, porque o povo o reelegeu. Ver. João Dib, o Prefeito José Fogaça não disse que iria continuar por mais quatro anos. O povo aprovou! O povo aprovou a primeira gestão dele. Em momento algum ele disse que resolveria todos os problemas da Cidade ou que era o máximo. Não, foi sempre equilibrado, tranquilo, e isso a gente percebia na relação entre os próprios Partidos da base aliada. O Prefeito José Fogaça sempre foi um homem consciente, ele sabia que havia problemas nessa gestão, ele sabia que havia coisas para melhorar.

E o Vice-Prefeito, o José Fortunati, que estará assumindo como Prefeito, sabe muito bem que vai ter que continuar trabalhando muito para resolver os problemas desta Capital. Em momento algum os senhores ouviram do Prefeito José Fogaça que Porto Alegre não tinha mais problemas, que Porto Alegre era uma Cidade que funcionava 100%. Não, em momento algum! O Prefeito José Fogaça sempre soube das suas fraquezas, dos seus erros, das suas falhas, sempre foi muito consciente daquilo que não conseguiu alcançar. Sempre foi consciente! Porque aquela política “de que eu sei, de que eu sou o melhor Prefeito, de que eu tenho o melhor Partido, de que só nós é que sabemos fazer política, de que somos aqueles que temos a melhor gestão na mão”... Disso aí o povo já disse que não quer mais saber.

Portanto, Ver. Aldacir José Oliboni, hoje nos resta, sim, agradecer a esse Prefeito, que conseguiu escrever o seu nome na história desta Capital, o primeiro Prefeito reeleito da Cidade. E a oposição tem que assimilar muito bem isso. Nós avançamos, Porto Alegre avançou. Hoje as pessoas conseguem caminhar pela Praça XV tranquilamente, sem serem atropeladas e sem atropelar as pessoas com as bancas ali; os camelôs foram organizados; o Projeto para a duplicação da Av. Vicente Monteggia está em Brasília, aguardando liberação de verba há seis meses. Muitas coisas foram encaminhadas. Algumas dívidas foram pagas, os abrigos e os albergues da Cidade não ficaram sem luz, o Prefeito José Fogaça conseguiu liquidar aquela fatura, Verª Maria Celeste, para a nossa alegria. Conseguimos resolver muitas coisas. Então, vamos com calma; hoje é o dia de a própria oposição reconhecer, Ver. Engenheiro Comassetto, que o povo o reelegeu. Então, boa sorte ao Prefeito José Fogaça, que leva o nosso carinho e o reconhecimento...

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, nós temos a presença da comunidade indígena Charrua, seus representantes, caciques, e eles estão padecendo de problemas de saneamento, de doenças por falta de abastecimento de água. Eu pediria que, juntamente com a Presidência da COSMAM e da Comissão de Direitos Humanos, se pudesse fazer uma reunião com as lideranças da comunidade, para buscar, junto ao Executivo, um encaminhamento para a questão do abastecimento público na comunidade. É um fato muito grave, uma vez que as pessoas estão doentes por falta de abastecimento regular de água. Isso é uma tarefa intransferível do Executivo Municipal. Peço, Sr. Presidente, que se faça uma reunião na Presidência, para encaminhar a questão neste momento.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Acolho seu Requerimento. Vou verificar a possibilidade, porque entendemos que, nas segundas-feiras e quartas-feiras, temos as nossas Sessões Plenárias e temos todos os outros dias da semana para agendarmos reuniões com a comunidade e todas as Comissões. Então, vou verificar a possibilidade de alguém da Mesa acompanhar, porque, como ocorreu na semana passada, todas as Sessões de segunda-feira ou quarta-feira são interrompidas; os Vereadores se retiram do Plenário por outras reuniões paralelas. E nós acordamos que as segundas e quartas-feiras serão dias de votação. E, em dias de votação, nós gostaríamos de ter os Vereadores em Plenário. Esse foi o acordo que fizemos diversas vezes na Mesa.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: De acordo, Sr. Presidente. Mas não estamos ainda na Ordem do Dia. E a situação é grave, há pessoas doentes por falta de abastecimento público.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Feito o registro.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em Comunicações. (Pausa.)

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO (Requerimento): Faço um Requerimento para que se contemple alguém para falar em nome do Ver. Sebastião Melo.

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Para isso tem que se inscrever.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Estou me inscrevendo.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Sebastião Melo.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado, Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro. Até por uma questão de igualdade, fizemos o Requerimento aguardando que o Ver. Sebastião Melo possa comparecer ao plenário, trazendo seu pronunciamento, e que o faça num aparte.

No seu pronunciamento aqui desta tribuna, o Ver. Luiz Braz foi muito oportuno ao justificar - como nós temos feito na medida do possível, também tantos parlamentares do Brasil inteiro - a necessidade que temos de uma reforma política. Eu acho que no dia em que tivermos uma reforma política talvez não vejamos mais acontecer o que ocorre atualmente. Ver. Comassetto, o seu Prefeito ficou um ano e três meses governando, e V. Exª fez o registro de que ele fez o contrário do Prefeito Fogaça, que sai depois de cinco anos e pouco de Governo, repetindo a palavra - que nem era tão usada - “peremptório” e que se espraiou também por aí afora.

Quero dizer, Ver. Ervino, que é lamentável que nós, ainda no ano de 2009, ano passado, tenhamos feito aqui uma luta democrática para conseguir aprovar uma Emenda quando do Fórum Social Mundial, que nós defendíamos e defendemos; sempre que houver verba pública para patrocinar quem quer que seja, ou outro país aqui em Porto Alegre, que possamos destinar uma parte para mostrar o que nós temos aqui: a nossa cultura regional. Não temos ainda uma prestação de contas, vamos fazer esse pedido. Vejam só, eu sou um Vereador da base do Governo, mas esse é um comportamento de Porto Alegre que nós, homens públicos, precisamos mudar, de um modo geral; isso nunca se fez. Aprovamos a Emenda aqui, porque contamos com a parceria do Ver. Reginaldo Pujol, que teve a iniciativa de apresentá-la como uma Emenda de Liderança, sem a qual não teríamos conseguido. Então, quero fazer esse registro. Mas nós, ainda, Ver. Reginaldo Pujol, estamos aguardando, porque não tomamos conhecimento sobre quais artistas foram contemplados com aqueles valores. Ver. Carlos Todeschini, todos os Governos - os meus, os seus, sem exceção -, até hoje, não se deram conta de que é um bom investimento voltar um olhar diferenciado para a nossa cultura, a cultura regional gaúcha. Podem não gostar, mas não tem como não contemplarmos aquilo que é exclusivamente nosso.

Eu faço até de forma sentida, porque, como disse antes, sou um Vereador da base do Governo, mas eu não vou recuar. Acho que o Governo Fogaça fez muito - muito! -, mas precisamos lutar até o fim para termos, no mínimo, aquilo que outras demonstrações de arte e cultura têm. Sempre cito como exemplo o carnaval, eu gosto muito do carnaval e acho que não precisamos tirar absolutamente nada do carnaval. Precisamos é buscar uma igualdade no que diz respeito à destinação de verba e espaço para nossa cultura regional gaúcha. Eu encerro, Sr. Presidente, agradecendo a compreensão de ter nos permitido usar o tempo do Ver. Sebastião Melo. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Sofia Cavedon.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores, hoje o debate que se faz, meu querido Ver. João Antonio Dib, é sobre a palavra dos políticos frente àquilo que eles assumem e executam publicamente. Não estamos aqui querendo fazer uma avaliação da pessoa do Sr. José Alberto Fogaça de Medeiros, que é um bom poeta, que fez belas músicas, inclusive fez aquela música que diz: “Quem vai embora tem que saber”. Tem que saber muita coisa. E o que a população tem que saber neste momento? Saber sobre a gestão Fogaça. E queremos, sim, comparar, Ver. Bernardino. O ex-Prefeito Tarso Genro governou esta Cidade por dois mandatos, foi eleito para dois mandatos - não foi um ano e três meses, foram cinco anos e três meses que ele governou. E o próprio ex-Ministro Tarso Genro já fez a autocrítica pública pelo erro cometido: renunciar naquele momento. E em política, Ver. Haroldo, há algo que se chama autocrítica, que é reconhecer quando se erra e pedir desculpas, publicamente, à população. Talvez hoje o Prefeito Fogaça mande a carta para esta Casa, mas amanhã ele poderia ir a público, talvez, fazer a autocrítica e pedir desculpas à população de Porto Alegre por ter renunciado. Então, há uma diferença entre o Tarso Genro, nosso ex-Ministro neste momento, e o quase ex-Prefeito Fogaça. Cometer um erro, reconhecer e pedir desculpas é um ato de grandeza política, mas, num debate político em que se disputava um cargo à Prefeitura de Porto Alegre, em que recebíamos essas acusações, o Prefeito Fogaça disse em todos os palanques: “Não se preocupem, eu ficarei no cargo até o final do meu mandato, durante os quatros anos”.

Está bem, vamos analisar o desempenho do Governo Fogaça. É isso que queremos discutir aqui nesta Casa - não é a figura do bom garoto Fogaça, do Professor Fogaça -, é a figura do gestor público. O Prefeito José Alberto Fogaça foi um dos piores Prefeitos na gestão desta Capital, é isto que estamos discutindo, e aqui estão os números. Os senhores e as senhoras sabem qual foi a média de execução de investimentos do Governo Fogaça de 2005 a 2009? Trinta e oito por cento. Se foi 38% a sua média de investimentos, a nota está dada: este é um Prefeito 3.8. A taxa média de investimentos, entre 2005 e 2009, foi de 5,5%; a gestão popular chegou a 14% na média de investimentos. A previsão para investimentos, no ano passado, era de 387 milhões, e foram investidos somente 26%, ou seja, 101 milhões de reais. Em muitas ações, a execução foi zero!

Todos aqui têm - principalmente a base do Governo, meus colegas do PMDB - o panfleto de campanha do Fogaça, dizendo que deixaria a Prefeitura com 255 equipes do Programa de Saúde da Família - PSF. Quantas fez nesses seis anos? Seis equipes, e não as 180 equipes que prometeu fazer, além das 86 que recebeu. Recebeu a Cidade com 86 e está deixando, em seis anos de Governo, com 94! E, nos seus panfletos, meu querido Ver. Nilo, dizia que deixaria a Prefeitura com 250 equipes do Programa de Saúde da Família. Em contrapartida, o que aconteceu? O roubo de 9,6 milhões de reais dos cofres públicos, dinheiro do repasse do Governo Federal para a Saúde de Porto Alegre; com esse valor daria para ter feito 20 equipes do Programa de Saúde da Família, e não foram feitas, é isso que estamos discutindo.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Neuza Canabarro está com a palavra em Comunicações.

 

O SRA. NEUZA CANABARRO: Exmo Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, público presente, gostaria de citar que estou com a presença de uma amiga que, pela primeira vez, assiste a uma Sessão Plenária da Câmara, a Srª Laura Marques.

Inicio este período de Comunicações comunicando a morte do jornalista Armando Nogueira e citando uma frase sua - ele ficou famoso por suas frases: “Criticar sem ofender e elogiar sem bajular”. Esse é um aspecto muito importante.

Quero dizer aos Srs. Vereadores que nós temos aqui uma série de solicitações que estão sendo feitas, por intermédio do Ver. Carlos Todeschini, ao seu gabinete. Nós estamos há cinco anos solicitando uma regularização da reserva ecológica que há em frente a Geny Záchia Stephanou Recanto do Sabiá. É em frente à minha casa. Eu, como Vereadora, muitas vezes incomodei o Ver. Beto Moesch, até que a sua Assessoria me comunicou que aquela área era particular, era do nosso loteamento. Aí, nós fomos atrás, pesquisamos, e a Drª Maria Neli Moretto conseguiu lá na Fazenda, então, a comprovação de que, efetivamente, é uma área pública. Sendo uma área pública, é de responsabilidade do Governo Municipal.

Quero dizer a todos que o Ver. Todeschini, com a sua Assessoria, visitou essa área. É uma área lindíssima e está abandonada! Há pelo menos seis anos nada foi feito, e o mato tomou conta, já não se consegue penetrar na reserva. O DMLU tem feito algumas limpezas, mas só no entorno da praça. Ele não penetra naquela reserva. É um lugar digno de ser visitado! E o Ver. João Antonio Dib, quando conversei com ele, disse que seria até interessante, Ver. Todeschini, solicitar o cercamento, foi uma das sugestões do seu Assessor, especialista em meio ambiente. Nós temos também ali - até convidamos os Vereadores, eu não sou mais candidata a nada, pois ali há uma comunidade muito engajada - um buraco do DEP que completa quatro anos agora em 28 de maio. Esse buraco é incrível, nós fomos lá olhar, ele tem dois metros de profundidade, e simplesmente colocaram ali uma placa e alguns galhos de árvore. Mas a água está corroendo toda a calçada. Então, é uma situação extremamente difícil que se vive. Nós estamos praticamente abandonados.

Em relação à Rua Dea Coufal, eu lembro que em 2005, logo que eu assumi aqui, a Câmara autorizou que fosse efetivado o asfaltamento e a ampliação. Até hoje não temos absolutamente nada, não temos sequer um acostamento. Ali, Ver. João Antonio Dib, morreu um menino de 15 anos, filho do Zequinha, jogador do Grêmio - não sei está lembrado - porque, como não tem acostamento, a bicicleta dele pegou numa pedra, virou e ele foi atropelado, vindo a falecer. Então, nós aproveitamos este espaço de tempo para solicitar que, através da Câmara, especificamente do Ver. Todeschini, o Executivo tome uma posição.

E falo também em relação aos postos de saúde. Eu tenho visitado alguns. Lembro que, com a Verª Maria Celeste, nós visitamos, em 2008, trinta postos, dividimos entre todas as Comissões. Dos dez que nós duas visitamos, nove postos estavam precários, e o único que estava bem não tinha recebido absolutamente nada, foi a comunidade que fez o trabalho. Então, o nosso pedido é que esta Câmara utilize algo que é seu, que ela conquistou no voto, que é o poder de fiscalizar o Executivo. Este é o fator mais importante mais do Vereador: fiscalizar; é a fiscalização em relação aos serviços prestados à comunidade.

E mais: quero dizer que, em Foz do Iguaçu, eu vi grandes outdoors cumprimentando Vereadores que retiraram a taxa do lixo da conta da água. Fica aqui uma sugestão. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Toni Proença está com palavra em Comunicações.

 

O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, num dia de muita efervescência política, eu vou mudar um pouco o tom da tribuna aqui. O jornal Zero Hora, edição de hoje (Mostra o jornal.), traz uma belíssima matéria sobre o lixo eletrônico, sob o título “O lixo eletrônico como negócio”. Eu queria ler para vocês um trecho (Lê): “O descarte de computadores, impressoras, celulares ou microondas, porém, ainda é um desafio. Uma pesquisa divulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU) colocou o Brasil no topo da produção desses resíduos entre os países emergentes, que incluem China, Índia e México. Os dados assustam. Cada brasileiro produz, em média, meio quilo de lixo eletrônico por ano. Sem uma lei que obrigue fabricantes a darem um destino correto a seus produtos e com pouca informação aos consumidores, eletroeletrônicos se acumulam nas casas ou em aterros sanitários, quando poderiam estar gerando emprego e lucros”.

Quero dizer aos meus Pares, às senhoras e aos senhores que eu protocolei uma lei, o Projeto de Lei nº 200/09 - um número até cabalístico -, que estabelece normas e procedimentos para o gerenciamento, destinação e reciclagem de lixo eletrônico no Município de Porto Alegre e dá outras providências. Então eu quero pedir a todos os Vereadores, a quem vou encaminhar cópia do Projeto, que, por favor, o analisem, leiam com atenção o Projeto e, se possível, num momento em que dispuserem de tempo, façam contribuições. Já faz algum tempo que os jornais não só de Porto Alegre, mas do Centro do País tratam desta matéria, e todos eles são unânimes em dizer que um dos grandes problemas é a falta de legislação. Estamos oferecendo a possibilidade pioneira em Porto Alegre de ter uma legislação que dê a adequação correta ao descarte do lixo eletrônico.

Peço a V. Exas que contribuam com este Projeto, estou enviando a todos os gabinetes e a todos e-mails de Vereadores este Projeto de Lei com o texto, para que V. Exas possam contribuir, corrigir, sugerir, alterar, a fim de que, quando o Projeto chegar ao plenário, tenhamos um texto desta Casa, muito mais do que um texto de um simples Vereador. Este era o meu tema de hoje: o lixo eletrônico - Ver. Beto Moesch, que é um expert nessa área - contamina e polui a natureza, mas agora surge como uma possibilidade de geração de trabalho e renda com aproveitamento do seu descarte. Queremos que a lei que estamos oferecendo à Câmara de Vereadores e à cidade de Porto Alegre propicie um novo comportamento junto aos fabricantes e comerciantes desses produtos e também um novo comportamento junto aos consumidores desses produtos, possibilitando um Cidade mais limpa, menos poluída, com mais renda, mais geração de trabalho e mais inclusiva. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Beto Moesch está com a palavra.

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, aproveitando o pronunciamento do Ver. Toni Proença e a presença, na minha frente, do Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, nós precisamos melhorar o sistema de coleta seletiva da Casa, algo que não está funcionando. O contrato, que é antigo, não prevê a coleta seletiva; e a maior parte do lixo não é separada, até porque a empresa não tem dois sacos para fazer isso. Nós podemos conversar depois, mas é algo que me intriga muito. O nosso gabinete leva o lixo diretamente para o galpão, porque, se depender da Casa, não há garantia de separação do resíduo. Eu sei que V. Exª quer muito isso, além de outras questões ambientais, mas nós precisamos afinar e melhorar esse sistema. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Vereador, está feito o registro. A Mesa aceita suas sugestões e vai tomar providências para que isso ocorra normalmente.

O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Valter Nagelstein.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; o nosso Líder, Ver. Valter, está de muda. Nos próximos dias assumirá um cargo importante da Cidade, vai ser o titular da SMIC, e nós desejamos a ele o mesmo sucesso que está tendo o atual Secretário Idenir Cecchim.

Ver. Engenheiro Comassetto, V. Exª está muito preocupado com o Prefeito José Fogaça, com o candidato ao Governo do Estado José Fogaça. Se fossem verdadeiras essas suas ponderações, com certeza V. Exª não estaria tão preocupado fazendo esses comparativos do nosso Governo; estaria comemorando. Mas é o contrário. Daí a justificativa, Ver. Brasinha, dessas ponderações, para não dizer ataques, ao Governo Fogaça. Se fossem verdadeiras, se fossem puras, com certeza V. Exª estaria comemorando. Mas, como não são, V. Exª está aqui, a todo momento, externando a sua preocupação. Achamos que ela é exagerada, desnecessária, até porque muitas delas não procedem, Ver. Comassetto. Os problemas levantados por V. Exª Aqui em relação à empresa Sollus estão sendo investigados pelo Ministério Público e pela Polícia Federal. Então, vamos aguardar os resultados.

E nós precisamos dizer, e é verdadeiro, que, tão logo o Prefeito tomou conhecimento, ele mesmo levou às autoridades ou solicitou investigação. Então, V. Exª tem que tomar cuidado, porque senão fica muito ruim para nós aceitarmos essas acusações e não fazermos a defesa aqui; também não gostaríamos de ficar o tempo todo falando sobre o mesmo assunto.

 

O Sr. Engenheiro Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino, sempre dissemos que separamos a pessoa da sua função pública. E nós queremos é que sejam esclarecidos esses fatos. Gostaria de dizer ao senhor e a todos que, na última quinta-feira, nós visitamos a presidência da OAB e pedimos, assim como a OAB já fez em outros momentos, e a OAB vai encaminhar ao Ministério Público o pedido da quebra do sigilo, para que eles também possam acompanhar esse processo.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Tomara que ocorra de forma mais transparente possível, porque só assim, Vereador, nós vamos... Durante esse período, não precisamos ficar aqui ouvindo possibilidades, porque, na verdade, às vezes, não há nem denúncia, e alguns colegas já partem para o lado da condenação.

Quero fazer o registro aqui de que houve problemas, sim, com a empresa Sollus, mas quem tomou a iniciativa, Ver. Valter, nosso Líder, foi o Prefeito José Fogaça, quando pediu a investigação. Então, não é, com todo o respeito, da forma como os senhores têm usado aqui, e a maioria da população de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul está bem informada. Então, acho que não acrescenta nada, só acaba, em muitos momentos, desmerecendo os bons serviços que esta Casa tem prestado, e acho que não fica bom para nós, Vereadores, ficarmos aqui tratando sempre do mesmo assunto. Eu, com certeza, vou procurar não trazer, novamente, esse assunto, porque nós temos quase um ano pela frente, são mais seis meses, imaginem se ficarmos todos os dias aqui falando de Fulano e Beltrano. E, aí, claro, depende de cada um, mas, da minha parte, vou centrar mais os meus discursos e as minhas preocupações, Ver. Valter, no meu trabalho, naquilo para o qual fui incumbido, pela população, por meio do voto popular.

E agradeço de novo, Valter, desejando-lhe um trabalho profícuo; tenho certeza de que vamos seguir tendo na SMIC uma referência para o PMDB. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Apregoo Requerimento de Licença para Tratamento de Saúde do Ver. Airto Ferronato, ocorrido no dia 25 de março de 2010, conforme atestado médico em anexo.

O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadores e colegas Vereadoras, público que acompanha a Sessão no dia de hoje; inicialmente queria dizer que, quando andamos pelas ruas da Cidade, muitos são os que falam mal dos políticos; muitos falam que, de fato, é difícil acreditar na política brasileira. O Prefeito José Fogaça, no programa de televisão, na campanha anterior, afirmou que não renunciaria. O Prefeito José Fogaça disse que ia fazer muitas obras na Cidade, dentre elas municipalizar a Saúde na Região Leste de Porto Alegre, e não o fez - muitos postos de saúde ainda continuam fechados. No papel é muito fácil, eles assinam, mas não executam. E o papel do Vereador, Ver. Bernardino, é fiscalizar o serviço da Cidade, é fiscalizar o Executivo. Seria uma enorme ingenuidade nossa, Verª Fernanda - aqui falo em Liderança de oposição, PSOL, PSB e o PT -, nos elegermos e dizermos que não vamos fiscalizar e nem mesmo criticar o Governo.

Seria uma verdadeira ingenuidade dizer que o Prefeito José Fogaça fez um excelente Governo. Primeiro, é mentira, porque ele mentiu para a população de Porto Alegre. Ele mentiu, porque disse que não renunciaria. Aí está a primeira grande falha de um político que quer ser transparente pelas ações que tenta fazer. A segunda, é quando lançam a plataforma de Governo e não executam nem 80%, nem 60%. Então, nós, Vereadores, temos muitas vezes que concordar com a população, quando ela diz que é difícil acreditar na classe política. É tão difícil, porque infelizmente o Prefeito Fogaça, que hoje renuncia - está gravado lá no programa de televisão -, disse que não renunciaria. Portanto, com certeza, todos nós estamos afirmando aqui que o Prefeito José Fogaça mentiu para Porto Alegre, e espero que não minta para o Rio Grande do Sul. Temos que ter grandeza quando assumimos uma palavra ou uma proposta, porque toda a população confia em nós. Devemos fazer com que isso seja um exemplo de conduta, e o Prefeito José Fogaça não foi um exemplo de conduta para os porto-alegrenses.

Por outro lado, percebemos que muitos dos projetos extraordinários que a Cidade tinha para executar, a exemplo do Socioambiental, estão sob investigação. Nós aprovamos aqui a ampliação do Programa de Saúde da Família em Porto Alegre, mas não é por acaso que está sob investigação na Polícia Federal, que já disse que há mais de trinta indiciados. O desvio de recursos do Poder Público não pode continuar e não pode prevalecer. Portanto, José Fogaça sai devendo mais esta: disse que queria transparência, mas não conseguiu a implementar no Programa de Saúde da Família. Tanto é verdade que o Secretário, na época, foi a São Paulo e trouxe para Porto Alegre uma empresa por meio de uma licitação, com certeza, fraudulenta, porque não houve a licitação. E hoje o Instituto de Cardiologia, que assume esse serviço, não tem ainda um parâmetro adequado, aprovado nesta Casa em 2009, quando ampliava as equipes de PSF em duzentas novas equipes, cinquenta a cada ano; até o momento, nenhuma sinalização vem sendo dada a este Legislativo.

Tanto é verdade que faço um apelo em nome da oposição: coloquem um Secretário que dialogue com este Parlamento! Um Secretário de Saúde que tenha a coragem de vir aqui conversar conosco! Porque nós queremos que o serviço de Saúde, como tantos outros, seja qualificado para atender à população de Porto Alegre, que não fique um imbróglio, uma enrolação, em que os recursos federais são perdidos a cada dia que passa. Não é por acaso que muitos dos recursos oriundos de emendas parlamentares não foram utilizados. E mais do que isso: recursos federais, como das UPAs - Unidades de Pronto Atendimento -, que eram para sair em 2009, não... (Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, Ver. Bernardino, eu não sei por que V. Exª se surpreende com esse desfile de pronunciamentos, buscando desqualificar a figura de José Fogaça. Não sei, isso não é por acaso, como diz o Ver. Oliboni; é uma jogada ensaiada, é uma tentativa de, pela repetição... Eu ficaria preocupado se não estivessem buscando de todas as formas possíveis, Ver. Dib, encontrar defeitos na figura do hoje candidato a Governo do Estado José Fogaça. Todo o terror que aqui se estabelece, Sr. Presidente, é um grande indício de que essa candidatura já nasce fortalecida, já nasce com amplas perspectivas de bons resultados. Razão pela qual o seu titular, o candidato, vem sendo tão forte e tão rudemente atacado desta tribuna numa orquestração absoluta da repetição dos mesmos argumentos, todos eles rebatidos por V. Exª, pelo Ver. Valter Nagelstein, pelo Ver. Luiz Braz e por outros tantos Vereadores, volta-se à repetição dos mesmos assuntos.

Ora, Sr. Presidente, nós temos muito claro que a grande obra do Prefeito José Fogaça é uma obra que não aparece nas ruas de Porto Alegre, mas que se reflete no caixa da Prefeitura Municipal: a recuperação financeira do Município e a possibilidade de, com essa recuperação financeira, receber uma série de financiamentos, os quais estão permitindo que obras de saneamento sejam realizadas, que as obras na área da habitação popular fossem realizadas, enfim, que fosse feita uma bela Administração na cidade de Porto Alegre. Mesmo não gozando da simpatia do Governo Federal, dono da Caixa, esta Administração cumpriu com a sua tarefa, de tal sorte que hoje qualquer consulta popular em Porto Alegre ou na Região Metropolitana indica a preferência do eleitorado pelo quase ex-Prefeito, que, da mesma forma que o Prefeito anterior, o Sr. Tarso Genro, é conhecido da população, a qual, em várias oportunidades, lhe negou a possibilidade de chegar ao Governo do Estado.

Para concluir, Sr. Presidente, eu gostaria de acentuar outros aspectos dos dias atuais. Hoje se anuncia o PAC 2, e, quando vêm aqui dizer que o povo está absolutamente contrafeito com as promessas não cumpridas, fico a considerar que isso é uma crítica ao Governo Federal, o qual, não tendo cumprido mais do que 17% do PAC inicial, está hoje lançando a segunda etapa do PAC com novas propostas, propostas mirabolantes. Até o Trensurb, que havia sido esquecido, volta a ser anunciado hoje da mesma forma que, há oito anos, Ver. João Dib, se anunciou a conclusão, a duplicação da BR 101, obra que hoje, transcorridos quase oito anos, não se encontra realizada sequer em 60%.

Então, muito provavelmente é isso que estranha o Ver. Oliboni. Ademais, não é por acaso, Ver. Oliboni, V. Exª tem razão, que tudo que é... (Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Pancinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO PANCINHA: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste pelo Canal 16 e pela Rádio Web, eu uso o tempo de Liderança do meu Partido, o PMDB, Partido do Prefeito Fogaça, neste momento de transição do Governo. Ocorreram várias manifestações no sentido de diminuir este Governo, o que acho uma afronta ao povo de Porto Alegre. Quero argumentar justamente o contrário. O Prefeito Fogaça, que foi eleito no ano de 2004 e cumpriu o seu mandato de 2005 a 2008, tendo sido o primeiro Prefeito reeleito na história de Porto Alegre, está agora partindo para levar o trabalho atual para o Governo do Estado. Quero dizer às pessoas que vêm aqui dizer que o Prefeito Fogaça nada fez por Porto Alegre, que ele estaria abandonando a Cidade nesse momento que cinco minutos é pouco tempo para fazermos um histórico da performance do Prefeito Fogaça à frente da Prefeitura, juntamente com a sua grande base aliada, com os Partidos que compuseram essa frente. Aqui está o PTB, e também temos o PDT e diversos outros Partidos que colaboraram muito no primeiro e no segundo mandatos.

Falo particularmente na questão do DEP, na drenagem urbana. Tive o prazer e a satisfação de fazer parte do primeiro mandato do Prefeito Fogaça à frente do DEP, juntamente com o Ernesto Teixeira, Chico Pinto, Sérgio Zimmermann. Gostaria de dizer que nunca se investiu tanto em drenagem urbana em Porto Alegre como no tempo do Prefeito Fogaça. E o nobre Ver. Airto Ferronato sabe bem disso, pois esteve à frente do DEP com zero de recursos. Ele deixou um legado muito importante, que foram alguns projetos, e isso eu referencio sempre que tenho oportunidade, pois é extremamente importante, mas a parte executiva coube ao Prefeito Fogaça. O DEP estava, quando chegamos, por ser engolido pelo DMAE, por deixar de existir. De lá para cá, o DEP fez o Conduto Forçado da Álvaro Chaves, uma obra de praticamente 60 milhões de reais, investiu em diversos pontos problemáticos de Porto Alegre, como a Vila Panamericana, Vila Minuano, a dragagem permanente do arroio Dilúvio... Com essas enchentes que assolam o País, não tivemos um problema sequer no arroio Dilúvio, devido a essa prevenção, que é a dragagem permanente do arroio, Prefeito e Ver. Dib; V. Exª sabe muito bem a importância que tem esse trabalho. Em relação ao Pisa - Programa Integrado Socioambiental -, o esgoto tratado em Porto Alegre vai passar de 27% para 77%, colocando Porto Alegre entre as principais cidades do mundo em termos de índice de tratamento de esgoto.

Mais de 37 escolas e creches comunitárias foram reformadas e construídas. Hoje tive a felicidade de participar, no Paço Municipal, da assinatura de um PL - Pedido de Liberação - na ordem de mais de cinco milhões de reais para mais dez creches comunitárias. O Prefeito, com seus projetos, conseguiu atrair a Copa do Mundo para Porto Alegre, numa disputa ferrenha com outras capitais do Brasil, e jogos da Copa serão disputados aqui em Porto Alegre. O Centro Popular de Compras, que há mais de quinze anos era aguardado e solicitado, está aí pronto - há alguns entraves que estão sendo solucionados, mas está aí pronto. Podemos ver hoje, no jornal Correio do Povo, uma matéria com os comerciantes saudando essa expectativa.

Mas o maior legado que o Prefeito Fogaça deixa em Porto Alegre é a sua Administração sem ranços, uma Administração sem brigas e sem picuinhas. E é esta Administração que nós, do PMDB, levaremos para o Governo do Estado: uma Administração séria, sem ranços e progressista. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Luciano Marcantônio está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUCIANO MARCANTÔNIO: Obrigado, Presidente Nelcir Tessaro. Colegas Vereadores, demais cidadãos presentes na Câmara de Vereadores, dentro da minha luta a favor da inclusão social das pessoas com deficiência, protocolei, junto à Câmara de Vereadores, uma proposta, um Requerimento que visa à consolidação das leis municipais de Porto Alegre referentes às pessoas com deficiência. Esse agrupamento das leis voltadas às pessoas com deficiência é no sentido de contribuir para que esse segmento, que representa aproximadamente 15% dos moradores da nossa Capital, tenha maior facilidade de acesso às leis que os protegem, que os apóiam e incluem. Também visa facilitar que o Executivo Municipal acesse as leis e possa, com isso, exercer uma fiscalização maior, a fim de elas sejam executadas, cumpridas, o que, infelizmente, na maioria do seu conjunto, não está acontecendo.

Ontem, inclusive, no Teledomingo, na RBS, foi feito um teste com um cadeirante para ver como está a situação da acessibilidade, da mobilidade em relação ao cadeirante, e foi demonstrado na prática que existem grandes barreiras em Porto Alegre para que o cadeirante possa ter uma vida justa e normal como qualquer outro cidadão. Inclusive, em prédios públicos ainda existe a inacessibilidade aos cadeirantes; em locais nobres, como a Rua Padre Chagas, no bairro Moinhos de Vento, para ter acesso ao lazer - em bares, restaurantes -, não há um local próprio para cadeirantes. Então, ainda é muito grande a nossa luta para inclusão das pessoas com deficiência na nossa Capital. Por isso gostaria que a Câmara trabalhasse a consolidação das leis municipais através da sua Comissão Especial de Consolidação de Leis, e que esse trabalho seja desenvolvido pelas entidades defensoras que trabalham esse segmento e também pelos nossos colegas Vereadores. É no sentido de sabermos quais leis existem, provocarmos o Executivo e contribuirmos para que ele comece a colocar em prática muitas leis que são aprovadas, mas que não estão funcionando.

Para concluir, no tempo que me resta, é importante salientar, em relação ao nosso Prefeito e futuro candidato a Governador José Fogaça, além de sua trajetória de homem público extremamente qualificado e um exemplo de ética para a nossa classe política, que o Fogaça não é candidato dele mesmo, o Fogaça é candidato do PMDB, do PDT, é candidato de uma série de lideranças político-partidárias deste Estado que o querem como Governador. Ele está cedendo à pressão para ser candidato. Muito diferente do companheiro Tarso Genro, e nós temos uma grande afinidade com o PT, mas o Tarso Genro impôs a candidatura dele dentro do PT, desrespeitando um rodízio que havia no PT e disputando uma prévia com o Olívio, e até hoje o PT tem sequelas dessa atitude do Tarso. O Fogaça não, a candidatura Fogaça é o reflexo do conjunto dos Partidos e da sociedade que o apoia. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Waldir Canal.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, Ver. Reginaldo Pujol, o senhor sabe que a Bancada do PT sempre prepara um treino: prepara, prepara e chuta. É quase igual ao Fossati, prepara a jogada e não consegue acertar nunca. Não acertam nunca, e a competência do Prefeito Fogaça foi tão boa, Verª Maria Celeste, que eu lhe confesso: estou há 33 anos em Porto Alegre e nunca tinha visto um Prefeito da grandeza do Prefeito Fogaça. Quando vem um Vereador da oposição aqui, como o Ver. Aldacir José Oliboni, que joga as palavras, eu acho que nós deveríamos preparar um ventilador daqueles turbo, que tem um vento forte, para levar para todo o mundo escutar, querido Ver. Adeli. E, aproveitando as palavras ditas pelo Ver. Oliboni - palavras proferidas com tanta certeza, pois ele acha que está certo -, eu pergunto: será que o Ver. Oliboni cobrava, com a mesma tranquilidade que ele cobra agora, com essa ganância que ele cobra do Prefeito Fogaça, do Governo do PT na época? Pelo que eu sei, o Ver. Oliboni é Vereador desta Casa há muito tempo.

Ver. Comassetto, realmente, vocês não sabem mais o que cobrar, o que falar. Eu já vi o Ver. Comassetto vir aqui nesta tribuna, pela décima quinta vez, e falar ou da Sollus ou da Saúde. Eu gostaria de saber como é o treino de V. Exas, eu acredito que vocês devam pensar: “Quem nós vamos atacar hoje, quem será a próxima vítima?” Um dia vocês decidem que a bomba será direcionada para o DEMHAB; aí, o Secretário Goulart dá uma resposta do tamanho, da grandeza que só ele sabe dar - e o Secretário Humberto Goulart tem trabalhado muito pela Cidade. Aí, vocês direcionam a metralhadora para a SMOV, e eu digo que vocês a direcionam mal, porque o Secretário Maurício Dziedricki tem feito um belo trabalho na Cidade, tem recuperado os buracos que vocês deixaram. Daqui a pouco, vocês direcionam a metralhadora para o Secretário Professor Garcia, o que também não dá certo, pois o Professor Garcia está trabalhando bastante pela Cidade, ele é um extraordinário e competente Secretário. Lá pelas tantas, vem a Verª Sofia Cavedon e resolve que tem que direcionar a metralhadora para o Secretário Cecchim, direcionando toda a atenção para o camelódromo, como também não funciona. Como a metralhadora da Verª Sofia Cavedon errou de alvo, vem outro e diz que agora tem que atirar no Prefeito Fogaça.

Vocês já tiveram todas as oportunidades, pois estiveram na Prefeitura por dezesseis anos. Às vezes, eu até começo a pensar: será que eu não moro nesta Cidade? Se vocês fossem tão bons, se vocês tivessem essa grandeza que acham que têm, Ver. Comassetto, vocês teriam continuado no Governo. E querem falar do Prefeito Fogaça, que está saindo agora! Por que vocês não cobraram do Prefeito de vocês, que ficou um ano e três meses administrando a Cidade e saiu para concorrer? Ele mentiu para o povo. Ele mentiu! Só que o Fogaça não mentiu, o Fogaça nunca disse que não sairia da Prefeitura. Então, quero dizer para vocês que, quando começarem a cobrar, cada um tem que olhar para si. É isso a primeira coisa que tem que fazer. Vocês não são cem por cento. Não são! Fizeram muitos erros nesta Cidade. Sucatearam Porto Alegre e ainda querem vir dar uma lição de moral? Obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Encerrado o período de Comunicações.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Mauro Zacher.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; ilustres colegas, vim utilizar este Grande Expediente hoje no sentido de também fazer algumas reflexões: “O que se ouve, esquece-se; o que se vê, recorda-se; o que se sente, aprende-se. Dar o exemplo não é a melhor forma de influenciar os outros, é a única. Para fazer a paz, fale com os amigos; não fale só com os amigos, converse com os inimigos. O mais importante na comunicação é ouvir o que não foi dito.” E talvez a principal de todas as frases: “A coragem é a primeira das qualidades humanas, porque é a qualidade que garante as demais.” Essa frase é de Winston Churchill, que poderia muito bem ser aplicada à Matheus Schmidt. O PDT, no dia de ontem, perdeu um dos seus principais baluartes; talvez, o principal neste momento. E o Partido Democrático Trabalhista precisa desses baluartes, para que eles nos guiem nos momentos de crise e nos momentos de transição, como este agora. Vejo este momento com uma grande dicotomia. É um momento importante para o Partido e será frutífero se forem feitas as escolhas corretas; pode ser muito complicado se forem feitas as escolhas incorretas.

Ver. João Pancinha, o maior legado do Prefeito Fogaça, sem dúvida nenhuma, foi ter prestigiado as pessoas e ter feito, nesta Casa, a maior Bancada do seu Governo, a Bancada dos Suplentes. Tomara que isso não acabe, tomara que isso não seja diminuído, porque, senão, certamente, a Cidade perderá com isso, perdendo, talvez, as principais representações da sua periferia. “A coragem é a primeira das qualidades humanas, porque é a qualidade que garante as demais.”

Quero falar também hoje do nosso Projeto contra os trotes. No ano de 2007, tivemos 300 mil trotes com o SAMU; em 2009, 186 mil trotes. E nós protocolamos um Projeto na Casa, para que realmente pudéssemos punir essas pessoas que ligam de forma criminosa para o Serviço de Urgência à Saúde, fazendo com que ambulâncias saiam do seu local de base, fazendo com que telefones fiquem ocupados em função de trotes, fazendo, com isso, com que diversas pessoas deixem de ser salvas.

Quero falar também da Educação e das escolas. Quero falar, de novo, da Escola General Neto, Ver. DJ Cassiá, e mando, mais uma vez, um grande abraço ao Secretário Breda. Ele não imagina a diferença que vai fazer aquela obra para a região do Extremo Sul. E, falando de Educação, hoje pela manhã eu tive a grata surpresa de ser convidado para ir até a SMED, a convite da Secretária Cleci e do Deputado Vieira da Cunha, em função das Emendas parlamentares que o Deputado destinou para Porto Alegre. E isto é muito importante: a Educação junto com a Saúde têm que ficar como prioridade da Gestão. As Emendas possibilitarão a melhoria do atendimento externo, a qualificação do espaço escolar e a ampliação do número de vagas na Rede Municipal de Ensino. São três as novas Escolas de Educação Infantil: no Jardim Leopoldina, a construção de uma nova EMEI, com conceitos sustentáveis; uma Escola de Educação Infantil na Restinga e uma Escola de Educação Infantil no Lami, que não existe ainda e que vai ser muito importante para aquela comunidade, principalmente para a comunidade mais periférica do Lami, aquela que fica no Jardim Floresta; para o Jardim Floresta, no Lami, está destinado um recurso, através do Deputado, de 500 mil reais para a construção dessa escola.

Sobre as escolas de Ensino Fundamental que vão ser beneficiadas: a Monte Cristo, com a cobertura da quadra e a construção de uma outra quadra, essa sem cobertura, através do Ver. Ervino, que, muito atento à questão da Vila Nova, tem colocado isso; a Escola de Ensino Fundamental Liberato Salzano Vieira da Cunha, com a reforma das dependências da Escola; a Escola de Ensino Fundamental Professor Eliseu Paglioli, com a construção de um bloco para mais quatro salas de aula, e um recurso para a Escola de Ensino Fundamental Tristão Sucupira Vianna, lá na Restinga, totalizando mais de um milhão e quinhentos mil reais para a Educação no Município e Porto Alegre. Serão três novas EMEIs, Escolas Municipais de Ensino Infantil, como eu falei: Jardim Leopoldina, Restinga e Extremo Sul. E com essa Emenda nós estaremos possibilitando que as comunidades sejam melhor atendidas. Iniciando pelo princípio, como sempre deveria ser, iniciando pela Educação.

Voltando ao tema da Saúde, eu quero aproveitar o tempo que nos resta para falar de duas situações. A primeira é ressaltar, sublinhar, botar em tamanho de letra 14 o que foi dito pelo Ver. Aldacir José Oliboni. Não é admissível que a Secretaria da Saúde não tenha um Secretário que dialogue com esta Casa, que dialogue com os trabalhadores do PACS; que dialogue com os trabalhadores do Hospital Presidente Vargas; que dialogue com os médicos. Não pode seguir acontecendo isso! Espero - assim como todos os outros membros da Comissão de Saúde - que as solicitações feitas aqui na Comissão, feitas na visita ao PACS e que serão feitas amanhã na visita ao Hospital Presidente Vargas sejam ouvidas. Espero que a principal coisa da Saúde seja, sim, a Saúde.

O ponto eletrônico do Hospital Presidente Vargas tem que ficar em segundo plano, sim. O que fica em primeiro plano no HPV são os trabalhadores, porque eles são o início das solução do problema em Saúde. O que fica em primeiro plano no Hospital Presidente Vargas é a falta de anestesistas. O que fica em primeiro plano no Presidente Vargas são os atendimentos. O que fica em primeiro plano no HPV são as cirurgias que lá têm que ser realizadas.

 

O Sr. Aldacir José Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Dr. Thiago Duarte, queria parabenizá-lo pelo seu discurso, mais precisamente a parte em que V. Exa fala da área da Saúde, até porque nós fomos esquecidos aqui por quase dois anos, o Secretário da Saúde não vinha a esta Casa. Nós chegamos a convocá-lo, e ele não apareceu à esta Casa. Tínhamos um problema enorme que era a votação do Projeto de Lei que instituía o Programa de Saúde da Família. Fazíamos audiência pública, fazíamos reuniões na Comissão de Saúde, conversávamos com a presidência, ligávamos para o Prefeito. Então, essa relação entre o Legislativo e o Executivo é de fundamental importância, inclusive para contribuir com a relação entre os dois Poderes, mas, infelizmente, não tivemos essa solidariedade. Por isso quero parabenizá-lo. Nós queremos um Secretário que dialogue conosco, porque estamos aqui para fazer a interlocução com a sociedade. Queremos dar sugestões e propusemos aqui algumas emendas na Peça Orçamentária, destinando recursos à Saúde, como fizemos com o HPS, com as Unidades de Saúde e o Programa de Saúde da Família.

Portanto, com relação a esse apelo, temos que nos somar para que o futuro Governo, ao assumir o Fortunati, perceba que existe uma Câmara de Vereadores em Porto Alegre que quer dialogar para melhorar os serviços à população, que é a nossa atribuição como fiscais do Executivo. Por isso, eu o parabenizo.

 

O Sr. Dr. Raul: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Thiago, agradeço-lhe por me conceder um aparte. Quero dizer da importância de o nosso Conselho Municipal da Saúde ter uma aproximação real com a Secretaria Municipal, para que se construa uma Saúde com mais facilidade, com mais integração entre todos em Porto Alegre, que os recursos não sejam assim tão bloqueados, e que o Conselho realmente participe de uma maneira ativa, nobre, dentro do que queremos para a Saúde Pública de Porto Alegre.

E venho me somar à questão dos médicos municipários, municipalizados, que também precisam ser atendidos, precisam conversar com o Poder Público, para que possamos dar uma melhor qualidade de atendimento à população, também resguardando e atendendo à boa parte, pelo menos, das nossas reivindicações, como médicos, para um melhor atendimento na Saúde Pública.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Dr. Thiago, quero cumprimentá-lo pelo seu pronunciamento, mas fico admirado com a intervenção do Ver. Oliboni, porque, nos dezesseis anos do Governo do PT na Prefeitura Municipal, a Câmara Municipal foi ignorada, procuravam afastar a Câmara Municipal de qualquer tipo de decisão. Então, agora, talvez o Ver. Oliboni pense de maneira diferente, mas não pensava assim antes.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Obrigado por todos os apartes.

Quero finalizar falando do que o Ver. Dr. Raul, com muita propriedade - ele também sofre na carne com esta situação -, apontou aqui: sobre a necessidade imediata de um plano de carreira de cargos e salários para os servidores públicos municipais da Saúde, de forma urgente, premente e necessária. Também espero que o atual Diretor do Hospital Materno Infantil acate a solicitação, o apelo que este Vereador fez na reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, no sentido de que, de forma imediata, suspenda a necessidade do dedo-ponto no Hospital Presidente Vargas, até que se discuta a questão do plano de carreira de cargos e salários.

Neste meu, talvez, último pronunciamento, mais uma vez quero dizer isto, Ver. Ervino: que estamos juntos; sou sempre solidário à sua causa, porque ela é minha. A coragem é a primeira das qualidades humanas, porque é a qualidade que garante as demais.” Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. DJ. Cassiá está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo deste Vereador.

 

O SR. DJ. CASSIÁ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, imprensa, eu gostaria, neste começo da minha fala, de agradecer a confiança que o Governo - o Prefeito Fogaça - depositou na minha Bancada, indicando o meu nome para a Vice-Liderança do Governo. Então, quero agradecer mais uma vez ao Prefeito Fogaça.

Agora, Ver. Luciano Marcantônio, às vezes, eu fico me questionando, tentando achar uma saída para o quebra-cabeça, porque, salvo melhor juízo, estamos dando início a uma política talvez de contradição. Ora, não me entendeu? Contradição, porque quando determinados políticos acham que a razão e o direito são só seus, que ninguém mais tem razão e direito. Eu jamais ataquei alguém e jamais vou atacar alguém. A Verª Neuza Canabarro foi sábia com as palavras que usou aqui, sobre as formas de se fazer uma crítica. É verdade, eu jamais vou agredir qualquer pessoa. Agora, não posso, também, me calar, porque, afinal de contas, eu represento uma camada da nossa sociedade, represento esta sociedade também, fui eleito por Porto Alegre. O direito cabe a todos nós, vivemos num País democrático - democrático, salvo melhor juízo, talvez para alguns, para outros não.

Agora, o julgamento, Ver. Pancinha, não somos nós que fazemos. O julgamento quem faz é a sociedade - se estamos certos ou errados nas nossas decisões. Eu, de forma alguma, questionei ou vou questionar a decisão que o Ministro Tarso tomou, quando era Prefeito, de deixar o seu mandato. Há um direito. Se não fosse um direito, ele não teria colocado o nome à disposição para concorrer ao Governo do Estado. E nós temos que respeitar os direitos. Eu não tive uma formação escrita, mas tive uma educação que a gente tem que respeitar.

Temos que ter cuidado, Ver. Brasinha, porque, infelizmente, hoje a nossa política nacional está tão desgastada - tão desgastada -, que faltam opções para a nossa sociedade. E, por faltarem opções para a nossa sociedade, é que vêm as tais de alianças. Depois que inventaram o 2º turno, salvo melhor juízo, consegue chegar ao poder aquele que consegue fazer a melhor aliança. Então, temos que ter cuidado quando se ataca, quando se fala mal, porque, logo ali em seguida, podem citar na televisão, tendo que falar bem. Aí vem aquela questão - o senhor que agora está em casa me assistindo - de vir a contradição, e o povo não é bobo! Aliás, gostaria que neste momento, lá na periferia, também estivessem me assistindo, que lá também houvesse canal aberto. Mas tudo bem.

Agora, vou mais adiante, Ver. Oliboni: tenho um respeito imenso pelo senhor, porque é um homem que luta pelo melhor para esta Cidade. Quero dizer ao senhor que nós divergimos aqui, é natural, estamos num Parlamento, mas todos nós estamos pela mesma causa: o crescimento da nossa Cidade. Se eu rezar que o seu Governo é ruim, é ruim para mim, é ruim para o futuro dos meus filhos, é ruim para o futuro dos meus netos, é ruim para os meus vizinhos; eu tenho aqui é rezar que o seu Governo dê certo, que o meu dê certo e que o do outro dê certo, porque, senão, estaríamos sendo injustos conosco - olha que bonito, eu falei conosco!

Agora, nós não podemos apontar as suas deficiências, os seus erros - somos seres humanos, todos nós erramos - e, em nenhum momento, apontar os seus acertos; temos que aplaudir os seus acertos. Eu tenho que aplaudir, porque sou uma pessoa apaixonada pela educação, sou apaixonado pela cultura. Eu só consegui estar onde estou hoje porque tive uma oportunidade que muitos lá dentro da comunidade, da periferia, não tiveram, através da cultura. A educação, Verª Neuza, é a base de tudo. Um bom médico, um bom advogado, um bom juiz, enfim, passam por uma educação de qualidade. E não é por a senhora estar sentada aqui neste momento: eu, muitas vezes, vim a esta tribuna - está aí a Bancada do PDT - dizer que um dos Governos que fizeram revolução em Educação nesta Cidade se chama Alceu de Deus Collares. Em três anos de Governo, Ver. Oliboni, ele espalhou CIEPs por todas as comunidades carentes, dando ao Seu João e à Dona Maria a oportunidade de dar a seu filho uma vida digna! Ora, eu não tenho dificuldade nenhuma de vir aqui falar do bom Governo do PDT na área da Educação, não tenho! Pelo contrário, Ver. Oliboni, eu tenho orgulho! E tenho orgulho, Ver. Oliboni, de falar no seu nome, porque V. Exª é um batalhador na área da Saúde e também na área da Educação. Estive com V. Exª em Brasília, estive com V. Exª em vários movimentos, em audiências públicas, para que saísse a Escola Técnica do Partenon.

Agora, quero fazer uma reflexão a respeito das coisas que tenho aprendido aqui nestes três ou quatro meses. Eu aprendi muita coisa, e 99,9% foram boas.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. DJ Cassiá, é com muita alegria que eu faço um aparte a V. Exª e também quero exaltar o Governo Alceu Collares e dizer que, com certeza, tenho muito orgulho dele.

Eu também estava pensando, quando V. Exª estava falando, que a Bancada do PT está gostando do Governo Fogaça, por isso querem que o Fogaça continue! Quem sabe, se a Bancada fizer um apelo ao Prefeito Fogaça, ele continue? Eles querem que o Fogaça continue no comando da Cidade, só que o Fogaça tem um passo maior a dar, o que pode vir a incomodá-los ali na frente, pois é o maior concorrente deles. E pode ter certeza absoluta de que o Prefeito Fogaça vai subir, e nós vamos acompanhá-lo.

 

O SR. DJ CASSIÁ: Obrigado, Ver. Brasinha.

 

O Sr. Dr. Thiago Duarte: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. DJ CASSIÁ: Ver. Dr. Thiago, um homem lutador da Saúde: com a maior honra, com o maior prazer, dou-lhe um aparte.

 

O Sr. Dr. Thiago Duarte: Ver. DJ Cassiá, eu quero lhe dar os parabéns pelo seu pronunciamento. Isso é uma ideia grande de Partido. Eu sei que lá no fundinho, e não quero lhe causar problema, V. Exª também é um pouquinho vermelho, azul e branco.

Graças a essas Emendas do Deputado Vieira, serão mais de três milhões de reais, no conjunto, que virão para a Educação de Porto Alegre. Parabéns pelo seu pronunciamento e pode contar com este Vereador sempre que estiver aqui, como um soldado seu. Um abraço.

O SR. DJ CASSIÁ: Obrigado, Ver. Dr. Thiago, por suas palavras, é um grande parceiro. Estivemos na luta da Escola General Neto, e lá está aquela escola linda e maravilhosa, que foi entregue à comunidade.

 

O Sr. Aldacir José Oliboni: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. DJ CASSIÁ: Ver. Oliboni, com a maior honra, com o maior prazer, concedo-lhe um aparte.

 

O Sr. Aldacir José Oliboni: Ver. DJ Cassiá, primeiro, parabenizo-o pelo excelente trabalho que faz junto às comunidades, com o programa Domingo Alegre. Nós temos nos cruzado muitas vezes, e percebi que tens um público muito fiel, realmente tu fazes um trabalho muito solidário nas comunidades de nossa Cidade.

Eu estava ouvindo atentamente o teu pronunciamento e quero, inclusive, agradecer-te pela tua acolhida, pelo teu empenho enquanto Presidente da Comissão de Educação no ano de 2009, quando nós caminhamos, no início, em busca da Escola Técnica do Partenon. Sabemos nós o quanto é difícil chegar em Brasília, porque a articulação é muito difícil, os interesses são outros. E, às vezes, alguma comunidade fica aquém da necessidade, da expectativa de atendimento da sua necessidade.

Quero aqui lhe agradecer com muito carinho, porque um ano e quatro meses depois se efetivou a proposta que esperávamos, que a comunidade esperava, sobre a cedência dessa área na Região Leste de Porto Alegre, que será contemplada com o programa Minha Casa, Minha Vida e com a Escola Técnica Federal, coordenada pelo MEC. Então, esses movimentos apoiados por esta Casa, por muitos colegas Vereadores, deram certo. Essas parcerias, quando existe vontade política, seja do Município com a União, seja do Estado com a União, quando há o acompanhamento e o esforço dos nossos Parlamentares, dão certo. Portanto, queria me somar a tua manifestação e te agradecer pelo empenho. Tenho certeza de que também a comunidade te agradece muito por isso. Obrigado.

 

O SR. DJ CASSIÁ: Obrigado, Ver. Aldacir José Oliboni, nunca esquecendo da Deputada Federal Maria do Rosário, que foi incansável nessa luta também.

Para concluir: está aqui, Ver. Oliboni... Não é difícil, Ver. Luciano Marcantônio, quando há vontade das partes, dos Governos. Aqui está uma grande prova de que o Governo Municipal José Fogaça e o Governo Federal do Lula esqueceram as bandeiras políticas, porque a Educação não pode ter bandeira política, não! Ver. Oliboni, só se chegou à vitória daquela comunidade, pela Escola Técnica do Partenon e da própria Restinga, porque houve o entendimento dos Governos Municipal e Federal de que Educação não pode ter bandeira política! Ganha quem? Ganha a sociedade.

Eu quero agradecer ao Ver. Tessaro, que me cedeu seu tempo em Grande Expediente. Agradeço a atenção dos senhores. Muito obrigado. Boa-tarde a todos!

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Está encerrado o Grande Expediente. (Pausa.)

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Em votação Requerimento de autoria do Ver. Adeli Sell, solicitando a retirada de tramitação do Substitutivo nº 02 ao PLL nº 061/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Vereador-Presidente, eu quero requerer o adiamento de discussão do PLE nº 012/09 por duas Sessões.

 

 O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, solicitando adiamento de discussão, por duas Sessões, do PLE nº 012/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Quero, primeiramente, comunicar a presença do Dirigente da Associação dos Municípios do Estado do Rio Grande do Sul, ex-Prefeito e sempre Prefeito, Paulo Ziulkoski, seja bem-vindo.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 015/10 – (Proc. nº 1087/10 – Ver. Valter Nagelstein) – requer a realização de Sessão Solene, no dia 25 de maio, às 15 horas, destinada a assinalar o transcurso do Dia de Criação do Estado de Israel.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o Requerimento nº 015/10, de autoria do Ver. Valter Nagelstein. (Pausa.) O Ver. Pedro Ruas e outros solicitam votação nominal. (Pausa.)

O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 015/10.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, da mesma forma, eu me somo a V. Exª e quero cumprimentar o Presidente Ziulkoski: seja bem-vindo à nossa Casa; é um dos próceres do nosso Partido, liderança municipalista do nosso País, é uma honra tê-lo aqui conosco.

Srs. Vereadores, é muito rápido o encaminhamento, quero só dizer que lamento, imaginei que pudéssemos passar esta votação por aclamação do Plenário. Então, dessa forma, eu lamento a postura do Ver. Pedro Ruas, que pediu nominal a votação, embora seja um direito do Vereador, mas me permita também manifestar o meu direito de lamentar, porque esta é uma data que tradicionalmente se celebra aqui.

Verª Fernanda, nós devemos lembrar também que ele foi um dos maiores gaúchos, um dos maiores brasileiros e um alegretense, como a Verª Fernanda; foi Presidente da Organização das Nações Unidas no ano de 1948, quando foi deferida a partilha da então Palestina, Ver. João Dib. E uma ideia que se deve perseguir e que eu, particularmente, persigo até hoje: duas Nações, dois povos. Bom, Israel em nada contribuiu para que isso não acontecesse, muito antes pelo contrário.

Agora, o que nós estamos celebrando... Quero dizer, meus queridos Vereadores, Ver. Luiz Braz, que quem propunha essa solenidade historicamente na nossa Casa era o nosso saudoso Ver. Isaac Ainhorn. É um evento que já tem tradição no Legislativo de Porto Alegre e que homenageia uma comunidade das mais importantes da nossa Capital, com tantos e tantos serviços prestados. Aqui nós temos, para nossa honra e para o nosso orgulho, um Imortal da Academia Brasileira de Letras; nós temos médico de escol, temos cientistas, temos músicos, temos artistas. Enfim, tantos são os filhos da coletividade da colônia israelita gerados a partir da imigração que veio para este Estado lá no início do século passado, e tantas e tantas contribuições eles trouxeram e continuam trazendo ao nosso Rio Grande do Sul.

A criação do Estado de Israel é um sonho antigo. É um sonho de um povo que, por dois mil anos, teve só uma pátria, Ver. Waldir Canal, Ver. Nilo Santos. O povo de Israel teve só uma pátria: a Bíblia. E, ao longo desse tempo, sonhava com o retorno à sua terra ancestral. É um povo que não quer brigas, é um povo que não quer ódios, é um povo ordeiro, só deseja, assim como nós desejamos aos palestinos, viver em paz na sua terra ancestral. Hoje são enormes as contribuições na literatura, na Ciência, na Tecnologia, nos eletrônicos. Há poucos dias celebramos um convênio, esteve aqui conosco o Prefeito de Haifa, celebrando a irmandade, Ver. Todeschini, entre Haifa e Porto Alegre. Haifa é hoje uma cidade do tamanho de Pelotas, com 250 mil habitantes, mas tem o segundo maior Instituto de Tecnologia do mundo. E, para que nós nos apercebamos disso, da importância dessas questões, lá foi desenvolvido, por exemplo, o processador Pentium, que tem em todos os nossos computadores. Lá, entre outras inovações tecnológicas, foi desenvolvido o pen drive, que é comum hoje todos nós usarmos.

Então, por todas essas questões, por um país que tem história, que tem passado, que representou o resgate ancestral da pátria judaica, e em homenagem a essa coletividade tão importante é que se propõe, mais uma vez, Ver. João Dib - V. Exª está sempre presente também, assim como os nossos Líderes estão presentes no seu evento do Dia das Mães -, a celebração deste evento e a comemoração do aniversário da criação do Estado de Israel, que, lembrem-se mais uma vez, foi ato protagonizado sob a presidência de um gaúcho, Osvaldo Aranha, trabalhista histórico, que muito honra a todos nós do Rio Grande do Sul.

 

Estas são as palavras, Sr. Presidente, e o apelo que fica para que todos os Vereadores, pelo menos aqueles que são amantes da paz, dos valores maiores inscritos na nossa Bíblia, votem favoravelmente à celebração desta data. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Pedro Ruas e outros, o Requerimento nº 015/10. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 25 votos SIM e 02 ABSTENÇÕES.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 3773/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 027/09, que altera o art. 7º da Lei nº 9.044, de 19 de dezembro de 2002, que cria e extingue cargos de provimento efetivo no Departamento Municipal de Habitação, no Departamento Municipal de Limpeza Urbana, no Departamento Municipal de Água e Esgotos e dá outras providências.(Assessor Administrativo II)

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, III, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 17-03-10.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLE nº 027/09. (Pausa.) Não há quem queira discutir. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Está encerrada a Ordem do Dia.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

PROC. Nº 4096/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 189/09, de autoria do Ver. Valter Nagelstein, que obriga os fornecedores de bens e serviços estabelecidos no Município de Porto Alegre a fixarem data e período para a entrega do produto ou para a realização do serviço e dá outras providências. Com Emenda nº 01.

 

PROC. Nº 0662/10 – PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 001/10, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que altera os §§ 1º e 2º do art. 91 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, dispondo sobre a substituição do Prefeito no caso de seu impedimento.

 

PROC. Nº 1041/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 008/10, de autoria da Mesa Diretora, que altera o “caput” do art. 4º da Resolução nº 1.559, de 22 de agosto de 2001 – que institui Estágio Curricular para estudantes de estabelecimentos de ensino médio e superior na Câmara Municipal de Porto Alegre –, e alterações posteriores, passando os números de postos de Estágio Curricular de Ensino Médio e de Estágio Curricular de Ensino Superior para 50 (cinquenta) e 98 (noventa e oito), respectivamente.

 

PROC. Nº 1093/10 – PROJETO DE LEI DO COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 001/10, que cria o Fundo Municipal do Planejamento Urbano (FMPU), da Secretaria do Planejamento Municipal (SPM), e altera a Lei Complementar nº 612, de 19 de fevereiro de 2009, que cria o Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social (FMHIS).

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 0626/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 017/10, de autoria do Ver. Dr. Thiago Duarte, que estabelece penalidade ao proprietário de linha telefônica que originar ligação fraudulenta (trote) para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU--192) e dá outras providências.

 

PROC. Nº 0701/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 027/10, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que estabelece limite de horário para o término de competições esportivas realizadas nos estádios e ginásios de grande porte, localizados no Município de Porto Alegre, e dá outras providências.

 

PROC. Nº 0841/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 034/10, de autoria do Ver. Tarciso Flecha Negra, que concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Alcindo Martha de Freitas.

 

PROC. Nº 1053/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 004/10, que autoriza os Poderes Executivo e Legislativo Municipais a abrirem créditos especiais no valor de R$ 773.000,00 (setecentos e setenta e três mil reais).

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, na Pauta, hoje em discussão preliminar, estão vários Projetos de grande importância, sendo que um tem fundamento muito especial e merece ser objeto de uma análise mais profunda, é aquele que cria o Fundo Municipal de Planejamento Urbano da Secretaria do Planejamento Municipal, a SPM, e altera a Lei nº 612, de 19 de fevereiro de 2009, que cria o Fundo de Municipal de Habitação de Interesse Social.

Sr. Presidente, o Projeto, que visa, num primeiro momento, a dar condições para que o Planejamento Municipal se equipe, acaba retirando parte dos recursos do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social. Ainda que eu concorde plenamente de que temos que reequipar... Melhor, nós temos que equipar; não é reequipar, por que isso pressupõe que tivéssemos equipamentos e que fôssemos melhorar esses equipamentos. Não há equipamentos. Nós temos que equipar a Secretaria de Planejamento Municipal para que ela volte a cumprir suas finalidades precípuas, especialmente a do Planejamento Urbano da Cidade de Porto Alegre.

Uma Emenda minha foi inserida no Projeto que nós aprovamos, refere-se à readequação do Plano Diretor e prevê a criação de um Instituto de Planejamento do Município para cuidar do macroplanejamento, deixando a atual estrutura da SPM para fazer as funções de controle, o que vem fazendo atualmente. Eu acho que, no atual momento e de algumas décadas para cá, não há mais uma política de planejamento de longo prazo na Secretaria Municipal. E isso precisa voltar a se feito. Hoje a maioria do material humano da Secretária é tomada para algumas tarefas que poderiam ser feitas por um número menor de profissionais se houvesse equipamentos modernos à disposição da Secretaria.

Por isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ainda que eu tenha, em princípio, opinião favorável a este Projeto de Lei, acho que o Projeto deva merecer a maior e a melhor de nossas atenções, para que, ao ser formulado, seja de tal forma que efetivamente venha a suprir essa lacuna que hoje se manifesta na Cidade. Aliás, Sr. Presidente, vivemos hoje esse drama com grande intensidade, à medida que deliberamos, no final do mês de novembro, sobre a Revisão do Plano Diretor, e, até o presente momento, por essas dificuldades técnicas e por outras circunstâncias, que não valem a pena ser flagradas no momento, Ver. Pedro Ruas, o Projeto ainda não foi encaminhado à Prefeitura Municipal, ao Executivo Municipal, para ser sancionado ou vetado, parcial ou integramente, tendo sido estabelecida uma verdadeira vacatio legis nesse período. Há o Plano Diretor anterior, cuja eficácia é discutível, e o novo Plano, decorrente das revisões determinadas pelo exame desta Casa, que, por ainda não ter sido sancionado, não está convalidado e não está em vigor. Urge, pois, que isso ocorra. Situações como essa a gente espera ver superada com essa decisão que instrumentalizaria, no meu entendimento, a SPM de forma adequada para enfrentar os seus objetivos.

Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, colegas Vereadoras e Vereadores, senhoras e senhores, quero comentar hoje o Projeto de Lei Complementar do Executivo Municipal, encaminhado a esta Casa pelo então Prefeito Fogaça, que cria o Fundo Municipal do Planejamento Urbano, da Secretaria do Planejamento Municipal, e altera a Lei Complementar nº 612, de 19 de fevereiro de 2009, que cria o Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social, para dizer que o Governo Fogaça só fez trapalhada, sob o ponto de vista da legalidade, no que diz respeito ao Plano Municipal de Habitação de Interesse Social.

Primeiramente, já existe uma lei municipal sobre o FMP, o Fundo Municipal de Planejamento, há vários anos, e esse Fundo, justamente, destina recursos para quê? Os recursos são destinados para o Planejamento Municipal e para a Habitação de Interesse Social - são divididos para essas duas linhas de interesse do Município de Porto Alegre. Segundo, o Estatuto da Cidade está aprovado há nove anos - fará agora em julho. A Administração Popular iniciou o debate e a regulamentação do Estatuto da Cidade, mas, na Gestão Fogaça, esse tema parou completamente; inclusive, irmos para a prática aplicar os instrumentos do Estatuto no que diz respeito ao Planejamento Urbano para a regularização fundiária. E o Fundo Municipal da Habitação de Interesse Social é obrigatório dentro da estrutura federal, para poder receber o repasse dos recursos do Governo Federal para a Habitação de Interesse Social.

Portanto, havia conceitos na primeira Gestão do Governo Fogaça. Um dos conceitos vendidos para a sociedade era a transversalidade, e o segundo era a integração entre Secretarias. E cada vez nós vimos mais a setorização do Governo e a verticalização da condução das suas políticas, porque o tema da Habitação de Interesse Social não pode ser tratado por um Departamento da Secretaria do Planejamento, pelo Departamento Municipal da Habitação, pelo Núcleo de Regularização Fundiária, criado no Gabinete do Prefeito, por uma equipe da SMAM que faz análise ambiental separada desse contexto e, inclusive, da Lei Federal, aprovada, do Programa Minha Casa, Minha Vida, que determina que as cidades podem fazer regularização fundiária em áreas ambientais, desde que comprovem que vai haver uma melhoria ambiental. Por exemplo, a SMAM resiste em regularizar a Vila Kanasawa, em Belém Velho, que tem trezentos moradores há quarenta anos, Ver. DJ, porque diz que estão no topo do morro, ao lado da comunidade tradicional de Belém Velho. Somente a atitude de colocar lá a rede de tratamento de esgoto já vai resolver o problema ambiental daquela comunidade; por si só, já justifica. Além do mais, Ver. Pedro Ruas, os antigos proprietários daquela área querem doá-la para a comunidade, sem ônus nenhum, para fazer a regularização.

O que fez a Secretaria do Meio Ambiente, ainda na gestão do Ver. Beto Moesch? Entrou com um processo indisponibilizando todos os bens dos moradores daquela gleba, estão a Justiça, hoje, com uma ação que durou 24 horas - uma ação equivocada! E eu não vi o Ver. Beto Moesch vir a esta tribuna pedir desculpas àqueles que querem proteger o Morro da Pasmada e que fizeram uma ação para resguardar a Cidade.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste, venho para discutir a Pauta, porque hoje temos um conjunto de projetos em debate, e há projetos que são bastante interessantes, como o Projeto que prevê a criação do Fundo Municipal de Planejamento Urbano, da Secretaria Municipal de Planejamento; o Projeto do Ver. Valter Nagelstein, que obriga os fornecedores de bens e serviços estabelecidos no Município de Porto Alegre a fixarem data e período para entrega do produto ou para realização do serviço.

O Projeto do Ver. João Antonio Dib, que também é recorrente, sempre pauta sobre a substituição na linha hierárquica sucessória do Executivo Municipal, no qual o Ver. João Antonio Dib propõe que os substitutos sejam da linha sucessória da Mesa da Câmara. É um Projeto sem dúvida importante, porque o Município não tem a mesma simetria de poder que há na esfera estadual e na esfera federal, como tivemos, na prática, há poucos dias, a assunção do Procurador-Geral do Município. Então esse é um tema que acho que vale a pena ser discutido. Ele tem significada importância, ainda mais agora que não temos mais o Prefeito que foi eleito. O Prefeito que foi eleito renunciou no dia de hoje, o Vice assumirá amanhã, e quem ficará na linha sucessória? Estamos num período eleitoral, e há, sim, validade a sua preocupação, Ver. João Dib, porque podemos ter, sim, dificuldades na linha sucessória do Município. Vossa Excelência propõe que a Mesa da Câmara assuma esse papel na sua linha sucessória e hierárquica também; é importante o seu debate.

Mas, por falar em Prefeito que renuncia hoje, surpreende-me, Ver. João Dib - quero aqui, se possível, debater com Vossa Excelência -, o fato de que o Executivo pede abertura de créditos especiais no valor de 773 mil reais. Não diz para que, mas está pedindo, Ver. Pedro Ruas. Não encerramos o terceiro mês fiscal de 2010 e já temos um pedido de abertura de créditos. Então, aquela ideia, aquele discurso de que o Orçamento era muito bem feito, que estava às mil maravilhas, nem isso acontece! Nós estamos nos últimos dias do primeiro trimestre de 2010, e o Executivo já solicita abertura de créditos suplementares para, eu creio, cobrir ou suplementar ou suprir necessidades que não foram previstas. Então, o planejamento, sem dúvida, está muito precário! O Prefeito vai embora, deixa uma situação, e coincide que, no dia em que o Prefeito renuncia, já deixa aqui um pedido de abertura de créditos para suplementação orçamentária.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Pois não, concedo um aparte a V. Exª, que é um especialista em Orçamento, Ver. João Dib.

 

O Sr. João Antonio Dib: Nobre Vereador, o crédito suplementar é para os Poderes Executivo e Legislativo. Eu não tenho em mãos o processo, eu apenas tenho a ementa, mas no processo devem estar descritas as razões para que se faça abertura de crédito.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado, Ver. João Antonio Dib, mas V. Exª há de concordar comigo que é muito cedo para abrir créditos especiais. Pode haver motivações, mas é muito cedo. Isso não é comum. É comum... (Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente.

O Ver. Dr. Raul está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)

 

O SR. DR. RAUL: Vereador-Presidente Nelcir Tessaro, Vereadores, Vereadoras, todos que nos assistem, eu fiz questão de vir me manifestar em relação a um Projeto do Ver. Dr. Thiago Duarte, que vem trazer para a nossa consideração a questão dos trotes que são feitos ao SAMU. A gente tem acompanhado a questão do SAMU desde a sua implantação, que foi lá pelos idos de 1994-1995, uma experiência lá dos arredores de Paris, de Lille, implantada na nossa Cidade. E ela vem evoluindo, tanto que se transformou em um grande projeto nacional, numa realidade nacional.

Hoje o que nós vemos é que a população, até por ter um conhecimento já amplo do número do SAMU, o 192, um número que todos deveríamos ter na cabeça diante de uma emergência, de uma situação de extrema urgência, seja no trânsito ou não... O SAMU tem feito muito bem o seu papel. E não podemos esquecer: 192 é o número do Serviço de Atendimento Médico de Urgência.

Já em 2007, enquanto presidia a Comissão de Saúde e Meio Ambiente aqui da Casa, foi referido que, por ano, o SAMU recebia trezentos mil trotes. Isso vem se constituindo numa questão de ano a ano, e não tem sido feito nada objetivamente. Os congestionamentos de trânsito têm aumentado, o que tem prejudicado, em termos de tempo, o serviço prestado pelo SAMU. Como médico, como cidadão, já atendi pessoas algumas vezes em situações de rua; recentemente, há uns 15 dias, uma pessoa foi atropelada na Av. João Pessoa, e levou em torno de trinta minutos, na hora do pique, para que o SAMU conseguisse chegar ao local. A situação é difícil em função dessas questões, que nos afligem a todos.

O Sr. Dr. Thiago Duarte: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Muito obrigado, Ver. Dr. Raul, pelo seu pronunciamento. Esse é um serviço prioritário na Cidade, e gostaria de dizer que a inspiração e a dedicação deste Projeto nós dedicamos aos trabalhadores que labutam no dia a dia no SAMU. Muito obrigado pelo seu pronunciamento.

 

O SR. DR. RAUL: Eu é que agradeço o aparte. De fato, a gente, que acompanha e acompanhou a instalação do SAMU, vê a dificuldade que é a regulação desse tipo de situação e aquela situação praticamente de guerra, quando saem as ambulâncias com pessoas preparadas, algumas com UTI, outras não, conforme o tipo de chamado; a gente tem visto o grande trabalho que é prestado pelos funcionários do SAMU.

Uma questão importante que temos que analisar é ver se realmente o HPS seria o melhor local para o SAMU estar, porque trata-se de um órgão municipal que não precisaria estar ali. Nas várias vezes que estivemos no HPS, foi instado pela sua Direção verificar melhor essa questão. Por quê? Porque o HPS, por ser, digamos assim, o fim da linha, acaba sendo o depositário de grande número de pessoas, inclusive das que estão na ambulância do SAMU e que têm de ser internadas em algum lugar. Elas, muitas vezes, em função da diminuição dos leitos hospitalares ao longo dos últimos quinze anos nesta Cidade, acabam tendo dificuldade para serem internadas, por vezes retornando ao HPS e sendo ali atendidas sem que necessariamente seja o local para aquele tipo de atendimento. A atenção que o HPS presta é excelente, mas, conforme o caso, o paciente não deve ser direcionado para lá, e sim para a rede hospitalar, em relação a isso estamos tendo muita dificuldade.

Em relação a esse atendimento que se faz na rua eventualmente, é muito importante que não se mexa na pessoa, que se verifique a situação e que se ligue imediatamente para o SAMU. O Serviço de Atendimento Médico de Urgência merece todos os nossos elogios, e estamos aqui para contribuir e desejar saúde para todos, muito especialmente para o nosso SAMU.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, em primeiro lugar quero responder ao Ver. Carlos Todeschini, pois agora tenho o processo em mãos. No caso da Câmara Municipal, o Regime de Previdência Própria dos Servidores precisa de uma complementação, e está sendo feito um crédito especial. No caso do programa Cidade Inovadora, é proposto remanejamento do órgão executor do Projeto Inovação para Potencialidade de Atividades de Turismo, que passa do Gabinete do Prefeito para a Secretaria Municipal de Turismo. Então, são abertos dois créditos; evidentemente há recursos no próprio Orçamento, não há problemas maiores.

Eu já propus, em 2004, o Projeto em que o Procurador-Geral não mais substituía o Prefeito. Houve um equívoco da Comissão de Justiça, que alterou a Redação Final. Pelo Plenário foi retirada a expressão “responderá pelo expediente”, portanto não havia mais essa expressão no Projeto, e era o que desejava a Comissão que analisou o Projeto: ele responderia tão somente pelo expediente. Na Comissão de Justiça substituíram “responderá” por “assumirá”. O Vereador me disse que era apenas uma questão de semântica. Eu acho completamente diferente. Ora, se eu não posso permitir que o 1º Vice-Presidente da Câmara assuma - ele teve uma grande votação -, como é que eu vou permitir a alguém que não foi votado exercer a Prefeitura? Então, é preferível que os integrantes da Mesa da Câmara - a partir do Presidente, depois 1º Vice, 2º Vice, 1º Secretário, 2º Secretário, 3º Secretário, nessa sucessão - possam exercer a Prefeitura no momento em que o Prefeito precisa se afastar.

Como este ano é um ano eleitoral, evidentemente muitas vezes o Prefeito terá que viajar, por causa dos recursos da Copa e outras coisas mais, e não sei se o Presidente será candidato a Deputado ou não, mas na Mesa haverá alguém que não o será e poderá substituir o Prefeito, e com a manifestação popular que, de resto, está na Lei Orgânica do Município e não precisa ser alterada em nada. Essa Redação Final, alterada de maneira equivocada, foi que criou, em 1999... E eu só fui ver que isso acontecia em 2003, quando fui Presidente da Câmara, e apareceu aqui o Procurador-Geral do Município representando o Sr. Prefeito e respondendo pelo expediente. Aí me disseram: “Ele é o Prefeito em exercício”. Foi uma barbaridade! Como Prefeito em exercício, ele teve a oportunidade de fazer, num só dia, a alteração total da organização da Procuradoria; um Decreto de várias páginas alterou toda a Procuradoria, não sei se com custo ou sem custo, não havia projeto nesse sentido na Secretaria de Administração, o que eu procurei ver. O importante é que alguém que tenha voto, que o povo mandou para representá-lo, o represente lá na Prefeitura. Essa é a preocupação que tenho.

E acho que o Projeto do Ver. Haroldo de Souza que define o horário para o término das pugnas futebolísticas é muito correto, é muito importante. Não dá para terminar à meia-noite, e depois não haver transporte, as pessoas têm dificuldades de voltar para casa e, no outro dia, têm que trabalhar cedo. Acho muito bom o Projeto dele.

O Projeto do Ver. Dr. Thiago Duarte eu também acho bom, porque eles têm como controlarem de onde partiram as chamadas. É preciso tomar uma providência para que os trotes não continuem acontecendo, em detrimento da saúde e da vida de outras pessoas. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

 

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Não havendo mais inscritos para discutir a Pauta, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h19min.)

 

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